ATA DA OCTOGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM
13-10-2003.
Aos treze dias do mês de outubro de dois mil e três,
reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara
Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib,
João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Margarete Moraes, Raul Carrion,
Sebastião Melo e Zé Valdir. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Almerindo Filho, Beto Moesch, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Clênia
Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, João Bosco Vaz, Marcelo Danéris, Maria
Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol,
Renato Guimarães, Valdir Caetano, Wilton Araújo e Mauro Zacher. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, o Projeto de
Resolução nº 096/03 (Processo nº 5517/03); pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido
de Providências nº 2107/03 (Processo nº 5554/03); pelo Vereador Ervino Besson,
o Projeto de Lei do Legislativo nº 416/03 (Processo nº 5560/03); pelo Vereador
Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 2117, 2118, 2119, 2120, 2121,
2122, 2123, 2124, 2125, 2126, 2127, 2128, 2129, 2130, 2131, 2132, 2133, 2134,
2135, 2137, 2138, 2139, 2140, 2141, 2142, 2143, 2144, 2145, 2146, 2147, 2148,
2149, 2150, 2151, 2152, 2153, 2154, 2155, 2156, 2157, 2158, 2159, 2160, 2161,
2162, 2163, 2164, 2166, 2167, 2168, 2169, 2170, 2171, 2172, 2173 e 2174/03
(Processos nos 5570, 5571, 5572, 5573, 5574, 5575, 5576, 5578, 5579, 5580,
5581, 5582, 5583, 5584, 5585, 5586, 5587, 5588, 5589, 5599, 5600, 5601, 5602,
5603, 5604, 5605, 5606, 5607, 5608, 5609, 5610, 5611, 5612, 5613, 5614, 5615,
5616, 5617, 5618, 5619, 5630, 5631, 5632, 5633, 5634, 5635, 5636, 5638, 5639,
5640, 5641, 5642, 5643, 5644, 5645 e 5646/03, respectivamente) e a Indicação nº
038/03 (Processo nº 5620/03); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Pedidos de
Providências nos 2092, 2093, 2094, 2095, 2096, 2097, 2098, 2099, 2100, 2101,
2102, 2103, 2104, 2105, 2106 e 2136/03 (Processos nos 5537, 5538, 5539, 5540,
5541, 5542, 5543, 5544, 5545, 5546, 5547, 5548, 5549, 5550, 5551 e 5590/03,
respectivamente), os Pedidos de Informações nos 190 e 191/03 (Processos nos
5568 e 5627/03, respectivamente) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 413/03
(Processo nº 5508/03); pelo Vereador Mauro Zacher, os Pedidos de Providências
nos 2108 e 2109/03 (Processos nos 5555 e 5556/03, respectivamente); pelo
Vereador Raul Carrion, o Projeto de Lei do Legislativo nº 412/03 (Processo nº
5505/03); pelo Vereador Wilton Araújo, o Projeto de Resolução nº 095/03
(Processo nº 5452/03). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 572/03, encaminhando o Projeto de Lei
do Executivo nº 046/03 (Processo nº 5691/03); de nº 573/03, encaminhando Veto
Parcial ao Projeto de Lei do Executivo nº 025/03 (Processo nº 3174/03). Do
EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10480762, 10481747, 10495654, 10501417 e
10504984/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Marco Antonio dos Santos, Presidente da
Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição - ASERGHC, que discorreu
sobre Projeto de Lei que pretende alterar a natureza jurídica do Grupo
Hospitalar Conceição – GHC, o qual passaria de entidade de capital misto para
autarquia. Nesse sentido, externou os anseios dos profissionais dessa
Instituição, no que concerne às relações trabalhistas às quais estarão
submetidos, no caso da aprovação desse Projeto, e propugnou por um
aprofundamento nas discussões a respeito do assunto, com a participação dos
Poderes Legislativo Estadual e Municipal. Na ocasião, nos termos do artigo 206
do Regimento, os Vereadores Cláudio Sebenelo, Sebastião Melo, Elói Guimarães,
Aldacir Oliboni, Clênia Maranhão, Raul Carrion, Carlos Alberto Garcia e Ervino
Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Marco Antonio
dos Santos, que convidou a todos para palestra a ser realizada no dia dezessete
de outubro do corrente, na sede da ASERGHC, que tratará da possibilidade de
mudança da natureza jurídica do Grupo Hospitalar Conceição. Na oportunidade,
face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos sobre o artigo 94, § 1º, alínea “f”, do
Regimento, que trata da destinação de Tempo Especial para manifestação de Vereador,
quando atingido em sua honorabilidade, tendo o Vereador Sebastião Melo
manifestado-se sobre o assunto. Às quatorze horas e cinqüenta e oito minutos,
os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas,
constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cláudio Sebenelo
discutiu a questão do desemprego no País, mencionando o fechamento de
estabelecimentos comerciais, devido a um processo que, no entendimento de Sua
Excelência, está ligado à estagnação e à insegurança da população. Nesse sentido,
apontou conflitos existentes entre os Poderes Executivo e Judiciário, em nível
federal, que estariam contribuindo para o agravamento desse processo. Na
ocasião, o Vereador Sebastião Melo manifestou-se acerca da antecipação, em âmbito
municipal, do feriado comemorativo ao Dia do Funcionário Público, tendo o
Senhor Presidente prestado esclarecimentos acerca do assunto. Em COMUNICAÇÕES,
a Vereadora Clênia Maranhão debateu a necessidade de defesa dos direitos das
minorias, especialmente crianças, adolescentes e mulheres, referindo-se a ações
integradas desenvolvidas pelo Senado e Câmara dos Deputados, que, por sua vez,
estimulam a criação de grupos de estudo nos Estados e Municípios, os quais
contribuem para a denúncia e diminuição dos casos de violência contra essas
minorias. O Vereador Juarez Pinheiro contestou informações prestadas pelo
Vereador Sebastião Melo, no que diz respeito à administração realizada pelo Partido
dos Trabalhadores no Grupo Hospital Conceição, lembrando ter dirigido aquela
instituição em mil novecentos e noventa e seis e se posicionado contrariamente
à sua privatização. Também, ressaltou a importância da discussão sobre a
possibilidade de transformação do Grupo Hospitalar Conceição em autarquia. O
Vereador Haroldo de Souza, defendendo reformas políticas no País, criticou o
Partido dos Trabalhadores pelas contradições que, segundo Sua Excelência, existem
entre o discurso e a prática desse Partido. Ainda, manifestou-se contra a restrição
nos horários de ensaio das escolas de samba de Porto Alegre e lamentou
declarações do Senhor Nélson Jobim, Ministro do Supremo Tribunal Federal, de
que este teria incluído, na Constituição Federal, artigos não-aprovados. O Vereador
Cassiá Carpes, questionando as políticas públicas desenvolvidas pelo Partido
dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal, citou notícia publicada no jornal
Correio do Povo do dia onze de outubro do corrente, intitulada “Ilgenfritz Duvida
do Quinto Mandato” e analisou a possibilidade de aliança política entre o
Partido Trabalhista Brasileiro e o Partido dos Trabalhadores, para a disputa da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Vereador Elói Guimarães apoiou críticas
efetuadas pelo Ministro Maurício Correa, Presidente do Supremo Tribunal Federal,
aos posicionamentos assumidos pelo Senhor Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente
da República, frente à proposta da Senhora Asma Jahangir, representante da
Organização das Nações Unidas, de realização de uma inspeção internacional junto
ao Poder Judiciário brasileiro. O Vereador Ervino Besson discorreu sobre a invasão
da Fazenda Bom Retiro, no Município de Júlio de Castilhos, por grupos integrantes
do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST, afirmando que esse
movimento tem ultrapassado os limites da luta pela reforma agrária e lembrando
que o texto constitucional determina a garantia da proteção à propriedade
privada no País e a viabilização de uma efetiva segurança pública à população.
O Vereador Mauro Zacher saudou o transcurso, hoje, do Dia do Fisioterapeuta.
Ainda, manifestando-se acerca de problemas atualmente enfrentados pela área do
4° Distrito de Porto Alegre, solicitou a destinação de maiores investimentos do
poder público para a região, em especial no setor de segurança pública, e
registrou atividades sociais e culturais programadas na área pela Associação
dos Amigos do 4° Distrito. Na oportunidade, por solicitação do Vereador
Sebastião Melo, foi realizada verificação de quórum, constatando-se a
existência do mesmo. Também, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos
quantos aos prazos regimentais para apresentação de Emendas ao Projeto de Lei
do Executivo nº 041/03 (Processo nº 5344/03). Em PAUTA ESPECIAL, Discussão
Preliminar, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo n° 041/03,
discutido pelos Vereadores Sebastião Melo, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Ervino
Besson, Elói Guimarães e João Carlos Nedel. Na ocasião, o Senhor Presidente
informou que o Vereador Raul Carrion foi indicado como Delegado pela Região
Metropolitana para a Conferência Nacional das Cidades, a ser realizada de vinte
e três a vinte e seis de outubro do corrente, em Brasília - DF, solicitando aos
Senhores Vereadores a indicação do nome que representará a Casa nesse evento.
Também, comunicou que o Vereador Sebastião Melo se encontra representando
externamente este Legislativo na reunião da Comissão de Serviços Públicos da
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, que analisará o Projeto
de Lei nº 315/03, que altera a Lei Estadual nº 9.446/91, referente aos Juizados
Especiais e de Pequenas Causas Cíveis. Em PAUTA, Discussão Preliminar,
estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 375/03, o Projeto
de Resolução nº 093/03, o Projeto de Lei do Executivo nº 042/03 e o Projeto de
Lei Complementar do Executivo nº 008/03, discutido pelo Vereador Juarez
Pinheiro; em 2ª Sessão, o Projeto de Decreto Legislativo nº 001/03, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 349 e 369/03 e o Projeto de Resolução nº 092/03; em
3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 001/03, os Projetos de
Lei do Legislativo nos 138, 361, 367, 371, 373, 374, 376, 377, 378 e 379/03 e
os Projetos de Resolução nos 083, 085 e 088/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Haroldo de Souza solicitou a intercessão da Casa junto ao Governo
Municipal, para que seja sustada ação de desocupação compulsória movida contra
o Comitê Porto Alegre Contra a Fome, a Miséria e pela Vida, localizado na
Avenida Júlio de Castilhos, no Centro. Ainda, comentou reportagem da Edição nº
1.823 da Revista Veja, segundo a qual a Reforma Tributária proposta pelo
Governo Federal implicará aumento de preços ao consumidor. O Vereador Marcelo
Danéris defendeu a atuação do Senhor Luiz Inácio Lula da Silva à frente do
Governo Federal, declarando terem ocorrido avanços significativos na qualidade
de vida da população, resultado de um trabalho de articulação entre as áreas
política, social e econômica brasileira. Nesse sentido, destacou que serão
efetuadas novas reformas, em especial a agrária, como meio de transformação
social efetiva e positiva do País. O Vereador Cláudio Sebenelo, criticando o
Partido dos Trabalhadores no comando do Executivo Federal, citou matérias publicadas
hoje no jornal Folha de São Paulo, intituladas “Ex-Petista diz que a Diminuição
do Orçamento é Golpe Contra a Saúde” e “Recursos da Educação Não Seguem
Arrecadação”. Também, afirmou que a população brasileira vive uma queda de
poder aquisitivo, com reflexos nos níveis de produção e de oferta de empregos.
O Vereador Elói Guimarães referiu-se à concessão do Prêmio Nobel da Paz de dois
mil e três à Senhora Shirin Ebadi, advogada iraniana e ativista dos Direitos
Humanos. Nesse aspecto, registrou que, mesmo reconhecendo os méritos da
homenageada, lamenta que não tenha sido escolhido o nome do Papa João Paulo II
para a concessão desse Prêmio, salientando o trabalho realizado por Sua Santidade
na busca da união dos povos e na construção da paz mundial. A seguir,
constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado o
Requerimento nº 187/03 (Processo nº 5594/03 - Autorização para representar externamente
esta Casa na Conferência Nacional das Cidades, a ser realizada do dia vinte e
três ao dia vinte e seis de outubro do corrente, em Brasília - DF, com percepção
de diárias e passagens aéreas), de autoria do Vereador Raul Carrion. Na
ocasião, o Senhor Presidente esclareceu que oportunamente será votado novo Requerimento,
solicitando autorização para a Representação Externa de Vereador pertencente a
partido político de oposição ao Governo Municipal que, juntamente com o
Vereador Raul Carrion, irá participar da Conferência Nacional das Cidades, em
Brasília – DF. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados o Projeto de Lei
do Executivo nº 040/03 e o Projeto de Resolução nº 064/03. Em Discussão Geral e
Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 100/03, com
ressalva da Emenda a ele aposta, por vinte e quatro votos SIM, tendo votado os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá Carpes,
Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de
Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Wilton Araújo, Zé Valdir e
Mauro Zacher. Na ocasião, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador Juarez
Pinheiro, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da votação do
Projeto de Lei do Legislativo nº 100/03. Foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao
Projeto de Lei do Legislativo nº 100/03. Em Discussão Geral e Votação Nominal,
foi aprovado o Projeto de Resolução nº 056/03, por vinte e sete votos SIM,
tendo votado os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Alberto Garcia, Carlos
Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz,
João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete
Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal,
Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Wilton Araújo, Zé Valdir e
Mauro Zacher. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de
Resolução nº 051/03, por vinte e sete votos SIM, tendo votado os Vereadores
Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Alberto Garcia, Carlos Pestana, Cassiá
Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo
de Souza, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro,
Luiz Braz, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei,
Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Raul Carrion, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães,
Wilton Araújo, Zé Valdir e Mauro Zacher. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 019/03. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 019/01, o qual, após ser discutido
pelos Vereadores Marcelo Danéris, Cassiá Carpes e Luiz Braz, teve sua discussão
adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Cassiá
Carpes. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº
115/03, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria do Vereador Nereu D’Avila. Em Discussão Geral e Votação,
esteve o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 003/03, o qual teve sua
discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento, aprovado, de autoria do
Vereador Marcelo Danéris. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei
do Legislativo nº 118/01, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a
Requerimento, aprovado, de autoria do Vereador Pedro Américo Leal. Em Discussão
Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 014/03. Em
Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 013/02, o qual teve sua discussão adiada por uma Sessão, a Requerimento,
aprovado, de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, tendo o Autor manifestado-se
acerca desse Requerimento. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados os
Projetos de Lei do Legislativo nº 123 e 135/03 e o Projeto de Lei do Executivo
nº 022/03. Às dezoito horas e oito minutos, constatada a inexistência de
quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores João Antonio Dib e Luiz Braz e
secretariados pelos Vereadores Maria Celeste e Ervino Besson. Do que eu, Maria
Celeste, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
O Sr. Marco Antonio dos Santos, Presidente
da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição - ASERGHC, está com
a palavra para tratar de assunto relativo à mudança jurídica do Grupo
Hospitalar Conceição – visão dos trabalhadores do GHC.
O
SR. MARCO ANTONIO DOS SANTOS: Eu queria agradecer a
oportunidade ao Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. João Antonio Dib, e
aos demais Vereadores, e também saudar a participação dos funcionários do Grupo
Hospitalar Conceição que se fazem presentes em número bem reduzido, talvez pelo
fato de o Hospital Conceição não ter tido a iniciativa de estimular os seus
funcionários a virem aqui fazer um debate tão profundo e difícil como esse, que
trata da mudança jurídica do Grupo Hospitalar Conceição.
Eu queria iniciar dizendo que nós
estivemos na Audiência Pública da Assembléia Legislativa, pedindo àquela Casa
um apoio total e irrestrito aos Deputados, para que nos acompanhem, nos
assessorem, questionem a direção quanto à mudança jurídica do Hospital
Conceição.
Quero também dizer que a Associação teve
a iniciativa de vir a esta Casa pedir para se manifestar por meio da Tribuna
Popular, porque a direção do Hospital Conceição já esteve aqui presente,
colocando a sua proposta, colocando a sua maneira de ver esse tema.
Também aproveitamos para colocar a nossa visão,
a visão dos trabalhadores. É interessante dizer para os demais Vereadores que o
Grupo Conceição, nesse tema, está deficitário. O Grupo Conceição vem falando
sobre autarquia, sobre a mudança jurídica do Hospital Conceição, mas num
patamar elevado. Está colocando que o Grupo Hospitalar Conceição, quando foi
desapropriado em 95, não havia o Sistema Único de Saúde, e que a autarquia se
adapte mais aos princípios de universalidade, de integralidade do Sistema Único
de Saúde, com o que todos nós concordamos. Todas as pessoas de bom-senso têm no
SUS um grande sistema, que não é o ideal, mas, se Deus quiser, nós vamos
conseguir chegar no ponto em que a lei preconiza, quando implantou o SUS depois
de 88. Mas a gente sabe que não se trata da criação de uma autarquia, trata-se
de uma transposição de uma entidade jurídica mista, de capital misto para uma
autarquia. É muito importante fazermos uma discussão no mundo do trabalho; é
muito importante os trabalhadores terem a segurança de que essa mudança de
identidade jurídica do Grupo Hospitalar Conceição não afetará o seu emprego,
não afetará a sua relação funcional com a empresa, não prejudicará o mundo do
trabalho no Hospital.
Nós sabemos que, ao longo dos anos, o
Grupo Hospitalar Conceição já se meteu em vários imbróglios jurídicos. Nós
temos um passivo trabalhista, como diz a direção, que vai chegar neste ano a 30
milhões de reais - esses números não são muito precisos, são projeções -, é uma
quantia grande, e que se não fizermos essa mudança... E digo mais, não é
questão da mudança, porque nós não estamos aqui discutindo a autarquia como um
sistema jurídico para administrar e para implementar no Hospital Conceição;
estamos discutindo a proposta do Hospital Conceição, que muda o nosso caráter
de empresa mista para autarquia, sem levar em consideração os trabalhadores do
Grupo Hospitalar Conceição. Eu digo isso com propriedade, porque nós temos aqui
um questionário que nós mandamos há 15 dias para o Hospital, e de que ainda não
obtivemos resposta. Esse questionário trata, exclusivamente, de como vai ser
essa mudança para nós, trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição. Aqui estão
todos os anseios, todos os medos, todas as dúvidas que os trabalhadores têm. E
isso não foi respondido pelas entidades. As entidades estão pedindo, ao longo
desse tempo, plenárias, discussões, que haja um confronto entre a posição
jurídica do Grupo Conceição e a posição dos nossos advogados acerca dessa
mudança, o que nós não temos conseguido.
Esta entidade que aqui vos fala já pediu
uma plenária - chamamos plenária de acareação -, para diminuir esse abismo
entre a posição do jurídico do Hospital Conceição e a posição do jurídico das
entidades representativas. Não conseguimos, mas, de certa maneira, o Hospital
Conceição vem-se comunicando com a sociedade, esteve na Comissão de Saúde desta
Casa; esteve na Assembléia Legislativa; esteve no Conselho Municipal e Estadual
de Saúde; fala nos jornais; e nós temos aqui uma gama de entrevistas que a
direção deu. Mas de maneira alguma, e isso eu posso falar com tranqüilidade,
nós nos sentamos para discutir os pontos específicos, pertinentes a essa
transformação no que concerne aos trabalhadores. E isso nos preocupa muito,
porque nós somos 5 mil e 700 trabalhadores, não são 570; são 5 mil e 700
trabalhadores e a gente não pode estar à margem dessa situação. Nós também
participamos, somos usuários do Grupo Hospitalar Conceição, usamos essa máquina
da saúde, nós também estamos inseridos na comunidade. Então, essa discussão
também passa por nós. Nós não queremos, aqui, uma posição egoísta por parte dos
trabalhadores que só pensaram no seu umbigo. Não é essa a nossa posição. Eu não
quero que os Vereadores pensem dessa maneira. Nós também queremos discutir a
Saúde Pública em seu todo. Os 5 mil e 700 trabalhadores, que são trabalhadores
politizados, também têm uma discussão muito positiva a respeito do Sistema
Único de Saúde. Nós não queremos ter uma discussão localizada só no mundo do
trabalho, mas também não queremos ser excluídos dessa discussão. Nós estamos embutidos
nisso. Nós também somos usuários do Sistema Único de Saúde e não conseguimos,
ainda, conversar com a direção nesse sentido. Eu falo isso com pesar, porque eu
e mais 5 mil e 700 trabalhadores estamos torcendo para que a administração do
Grupo Hospitalar Conceição siga o seu caminho e continue sendo um aparelho de
saúde pública que presta um serviço de grande relevância para a comunidade
gaúcha, para a comunidade porto-alegrense.
Agora, não podemos ficar à
margem dessa discussão. Eu venho aqui pedir para que esta Casa nos ajude, para
que colabore conosco no sentido de colocar essa discussão aqui, colocar esse
debate, chamando a diretoria do Conceição, chamando os trabalhadores... A gente
pede mais oportunidade para que outras entidades – nós temos o SINDISAÚDE,
temos o Sindicato Médico, temos outras entidades –, possam vir aqui colocar
qual é a sua posição a respeito dessa mudança.
E não quero aqui estar prevendo o futuro,
mas, com certeza, todas as entidades que aqui estarão presentes, ao longo desse
tempo, falarão dessa situação, não fugindo muito daquilo de que eu estou
falando. Não se trata de uma negativa, de a gente dizer “não” a um processo
jurídico. Não se trata de fazer oposição à administração do Hospital, até
porque várias pessoas que aqui vão estar, inclusive eu, têm uma profunda
vontade de que essa direção se dê bem, porque o Hospital sendo bem
administrado, o trabalhador estará bem, estará legal, ficará tudo tranqüilo.
Eu gostaria de provocar esta Casa no
sentido de a gente fazer um trabalho articulado entre a Câmara de Vereadores e
a Assembléia Legislativa. E gostaria aqui também de dizer para os senhores que
os Partidos são feitos de homens – eu vou falar um pouco de política – os
Partidos são feitos de homens e os homens falham. E para que se consiga criar
um sistema em que essas falhas não prejudiquem demais os trabalhadores, é
interessante que se coloque isso de maneira escrita, por meio de um acordo
escrito, carimbado. Se, porventura, esse Projeto da mudança jurídica no
Conceição for a Brasília, queremos que nele estejam embutidas as maiores
garantias possíveis de emprego para nós, trabalhadores, para podermos viver, a
partir dessas mudanças, com tranqüilidade.
Mas com certeza, se esse debate vier para
a Assembléia Legislativa, para a Câmara de Vereadores, talvez nós percebamos
que é melhor parar com esse processo e pensarmos em outra solução. Com certeza,
se provocarmos o debate, talvez os Vereadores, a Administração do Conceição, a
diretoria do Conceição e os trabalhadores passem a entender que essas mudanças
para autarquia não sejam as ideais e possam pensar em outra alternativa.
Agora, quando a coisa vem de uma maneira
– digamos – autoritária, sem debate, talvez se transforme nisso, porque a gente
não sabe como os Deputados, em Brasília, se esse Projeto for levado a cabo,
farão a interpretação. Como será a sua votação? Nós sabemos, seguramente, como
foi a Reforma da Previdência, e isso seria um “café pequeno” em relação à
quantidade de funcionários públicos que teve a sua vida modificada pela Reforma
da Previdência. Eu não estou, aqui, fazendo nenhum juízo, ou dizendo que sou a
favor ou contra à Reforma da Previdência. Eu só estou fazendo a constatação de
que quando a coisa vai para os corredores do Congresso, nós ficamos com pouca capacidade
de modificá-la. E o que nós queremos é que essa discussão vá, mas vá também o
nosso pensamento; que vão também as garantias que os trabalhadores precisam
para que essa mudança venha sem prejudicá-los. E nós estamos vendo que os
homens erram.
Na semana passada, quinta-feira, houve um
problema no Hospital Conceição, no almoxarifado e nós vamos fazer uma denúncia
aqui, na Comissão de Direitos Humanos desta Casa e da Assembléia Legislativa. E
para mostrar para vocês que os homens erram, foi usado um método para se fazer
um trabalho, porque no almoxarifado houve uma quebra entre a saída e a entrada
de alguns produtos, mas a maneira com que o Hospital Conceição agiu com aqueles
trabalhadores foi extremamente discriminatória, foi extremamente complicada. E
é isso que nós queremos deixar previsto aqui no Projeto, caso esse Projeto seja
aprovado, que estejam ali as garantias para que a gente não fique nas mãos de
pessoas que, porventura, possam errar, porque os seres humanos erram, e o Grupo
Hospitalar Conceição errou em relação à questão do almoxarifado, e nós estamos
temendo que o Conceição erre em relação a essas mudanças, porque, se essas
mudanças não tiverem a garantia do emprego, com certeza, vai haver demissão no
Grupo Hospitalar Conceição.
Muito obrigado. Eu agradeço a participação da Associação dos
Funcionários aqui nesta Casa, e a gente espera de vocês o apoio no sentido de
poder seguir adiante com condições de fazer um trabalho que busque a
valorização e a segurança nessas mudanças. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu
colega Marco Antônio, Presidente da ASERGHC e meus queridos colegas, esteve
aqui o Presidente João Motta, e eu fiquei muito feliz, porque ele deu todas as
garantias para nós. Isso não quer dizer que nós vamos ter as garantias. O fato
de ele ter vindo aqui e ter dado essas garantias para nós não é tudo: pode,
quando ele sair, nós não termos mais essa garantia. Então, o que acontece? Nós
precisamos de garantias jurídicas, legais, escritas na lei que vai criar um
outro ente dentro do Grupo Hospitalar, se for o caso, que garanta a todos a
integralidade, 100% dos direitos daqueles que não são só os participantes, não,
mas os que fizeram o Grupo Hospitalar, e que fizeram o conceito do Grupo
Hospitalar. O conceito é feito por cada um de vocês, por mim, pelo Marco
Antônio, por todos os 5.700 funcionários. É isso que não pode ser esquecido,
porque, se estiver escrito na lei tem de ser respeitado, nós vamos ter amparo
jurídico. Se não estiver escrito na lei, nós ficaremos apenas no compromisso
das palavras das pessoas, que são dignas e são corretas, porém são efêmeras:
nós passamos, as direções passam e o Grupo Hospitalar Conceição fica. É lá que
nós temos de ter a garantia, mas nós temos de ter mais do que a garantia, o
respeito pelo nosso trabalho, em que 5.700 pessoas têm os seus empregos, numa
das áreas mais delicadas do País, numa das áreas mais doloridas deste País,
numa das áreas em que é fundamental saber que ela não dá prejuízo.
Os cálculos são feitos em cima de uma tabela do SUS anacrônica e retrógrada; os cálculos são feitos em cima de uma especialidade de atividade humana que confere a maior dignidade para o ser humano e, principalmente, nós damos lucro! A melhor via de descontração da renda do País, indiscutivelmente, é a área da saúde e dentro da área da saúde o nosso trabalho, que é um trabalho digno, é um trabalho voltado para a melhor das relações humanas e de aperfeiçoamento das instituições. É isso que nós buscamos; nós somos exemplos, eles têm de se espelhar nesse tipo de trabalho para fazer essas transformações. Além do respeito, por favor, todas as garantias: 100% de garantias para todos nós! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu gostaria de dizer
que o Vereador sempre deve-se dirigir à Mesa e aos seus colegas.
O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Dib, colegas
Vereadores e colegas Vereadoras, preliminarmente eu quero estranhar que, sempre
quando houve, nesta Casa, manifestações como esta, Presidente Marco Antonio, eu
vi essas galerias lotadas de servidores do Conceição, e, se hoje não estão
aqui, imagino que tenha havido proibição da direção que está lá. O que está em
jogo? Se a autarquia vai reduzir custo para o Conceição, palmas para a
autarquia; agora, o que eu não posso é usar a autarquia como pano de fundo para
poder demitir funcionários. Essa á a questão que está em jogo, porque vão criar
um cargo em extinção, Presidente. Quase todos, 90% dos funcionários do
Conceição, entraram sem concurso público, e só a partir de 1994 o Tribunal de
Contas da União diz que tem que ser com concurso. Há gente que está ali há 20,
25, 30 anos, e fizeram a vida da Saúde em Porto Alegre, quando atendem a 42% da
população de Porto Alegre.
Hoje, o Diretor do Conceição, Dr.
Barichello, que está em estágio probatório, fez um concurso público aqui,
quando o Sr. Olívio era Governo, e tirou o 1.º lugar; hoje, o Diretor do
Fêmina, com todo o respeito, era o Chefe da Manutenção, mas porque é um petista
de carteirinha, está lá de Diretor-Administrativo do Fêmina. Isso é muito
grave, Presidente! O PT, quando está na oposição fica ao lado dos funcionários,
quando está no Governo fica na cúpula. Criticava, porque tinha dois assessores
no Conceição, hoje tem mais de seis na direção do Conceição. Levaram 60 pessoas
do Governo do Estado e eu já fiz esse Pedido de Providência, quero saber
quantas foram e quantas vieram. Hoje, só para saber, Presidente, se um
funcionário fizer um relatório de qualquer lugar do Conceição, a chefia de Recursos
Humanos entra na senha do cidadão. Então, nós estamos aqui para dizer em alto e
bom som: pode ser autarquia? Não há problema nenhum, mas tem de preservar os
empregos dessas pessoas. Tenho aqui o depoimento do Fontana, do Ver. Juarez
Pinheiro e tantos outros, e estão todos aqui na minha pasta. Todos, quando
estavam na oposição defendiam a manutenção dos empregos e agora, na situação,
não está sendo bem assim, porque vão criar cargo em extinção para o final do
ano que vem, vão montar um máquina partidária, fazer concurso carimbado e tirar
os funcionários de lá. Isso nós não aceitamos, isso nós somos contra! (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu
pediria a V. Exa., porque eu não quero passar à frente das Bancadas, depois que
elas exercitassem os seus dois minutos, fosse me dada a possibilidade de fala,
já que fui citado injustamente e de forma não verdadeira pelo Ver. Sebastião
Melo.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vossa Excelência terá
tempo para falar, Ver. Juarez Pinheiro.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, o Sr. Marco Antonio dos
Santos, que é o Presidente da Associação dos Servidores do Grupo Hospitalar Conceição,
veio e abordou o assunto sobre a mudança jurídica do Grupo Hospitalar Conceição
- visão dos trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição. Esteve aqui, Sr.
Presidente, não faz um mês, o Presidente do Grupo e nós, na intervenção que
fizemos, dizíamos ao ex-Vereador João Motta que tínhamos um carinho imenso pelo
complexo, porque vimos nascer ali primeiro o Cristo Redentor e depois o
Conceição. Nasceram daquele entorno habitacional, enfim, a população ali, a
comunidade construiu as duas Instituições. Então, nós temos uma profunda
admiração e dizíamos, na oportunidade, que é a melhor solução que se deve
adotar; nós, evidentemente, concordamos; agora, não podemos admitir que nenhuma
solução passe à margem dos servidores, dos funcionários, porque, inquestionavelmente,
se há um capital, se há um patrimônio que tem de ser preservado são exatamente
os funcionários, os servidores, esses são fundamentais para o desenvolvimento
da Instituição.
Então, Presidente, nós vamos acompanhar
detidamente, porque o que nós estamos vendo, Ver. Juarez Pinheiro, é uma ampla
e inquietante apreensão dos funcionários em relação a essa transformação, e nós
temos de preservar os direitos, evidentemente, dos trabalhadores. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Aldacir Oliboni
está com a palavra nos termos da art. 206 do Regimento.
O
SR. ALDACIR OLIBONI: Sr. Presidente, Sr. Marco Antonio dos
Santos, Presidente da Associação dos Funcionários do Grupo Hospitalar
Conceição, Vereadores, Vereadoras, em nome da Bancada do Partido dos
Trabalhadores, nós queremos afirmar, aqui, a boa intenção do Diretor do GHC,
tanto do Motta como do Barichello, Diretor Administrativo, até porque, o nosso
Superintendente já esteve aqui na Casa e se comprometeu em não demitir nenhum
servidor, como também discutir a mudança com as entidades representativas. Nós
sabemos, e dito por ele, que as entidades teriam assento, mas, segundo o que o
Presidente da Entidade agora está nos afirmando, teria dificuldade de responder
o questionário. Nós vamos entrar em contato com a direção, vamos, também,
solicitar que esse questionário seja entregue e respondido por vocês até o
final da semana, e que seja respeitado o direito legítimo de livre manifestação
dos servidores. Tanto a manifestação do Diretor Administrativo como a do
Superintendente, foi afirmando que não haverá demissão e que a discussão da
mudança seria amplamente feita com todos os servidores. Queremos lembrar que
experiência de administração, nesta Casa, há aqui pelo próprio Ver. Sebenelo e
pelo Ver. Juarez Pinheiro, que são pessoas identificadas, também, com o
segmento, e esta Casa não será omissa em acompanhar as mudanças desse Grupo, se
é que vão existir as mudanças. Nós afirmamos: queremos que seja esclarecida a
população como também todos os servidores. Até porque eu também fui servidor
daquela casa e sei da grande importância e papel que tu estás fazendo, Marcos.
Da mesma forma que tu estás fazendo isso, se eu fosse Presidente, também o
faria. É preciso esclarecer a população, esclarecer os servidores, porque ali
está a vida do servidor, a luta de muitos e muitos anos, que não pode ser
desperdiçada ou até mesmo desvalorizada. Pode ter a certeza de que este papel
da Câmara, com Bancada do Partido dos Trabalhadores, será feito com a direção
daquela instituição. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Clênia
Maranhão está com a palavra nos termos do artigo 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, queríamos saudar, em nome da Bancada do PPS, a presença dos
profissionais do Grupo Hospitalar Conceição, que se encontram aqui acompanhando
o Sr. Marco Antonio dos Santos, que falou na Tribuna Popular sobre as
inseguranças que vive hoje o Grupo Hospitalar Conceição. Eu acho
superimportante a presença da Associação dos Servidores, porque esta Casa,
historicamente, tem acompanhado todas as questões que ocorrem no Hospital
Conceição; não poderia ser diferente porque é um Hospital que tem para esta
Cidade uma influência fundamental, uma importância extremamente significativa,
e, portanto, nós, como Vereadores, temos de acompanhar as propostas de
modificação que ali acontecem. Considero isso extremamente importante, porque
recentemente esteve nesta Casa o Presidente do Grupo Hospitalar Conceição, que
colocou a sua ótica sobre a questão. Nós, hoje, tivemos a oportunidade de ter a
outra visão sobre o mesmo tema. Isso nos permite uma participação mais efetiva
na defesa do Grupo Hospitalar Conceição, nos direitos dos trabalhadores daquele
hospital, e de contribuir, inclusive, para uma solução, na medida em que o
Parlamento da Cidade tem responsabilidade pelo conjunto das instituições e dos
serviços que acontecem no nosso Município. Eu quero parabenizar o Presidente de
vocês, dizendo que foi importante ouvi-lo, e isto nos subsidia para as nossas
futuras decisões. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion
está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, a nossa saudação ao
companheiro Marco Antonio dos Santos, Presidente da Associação dos Servidores,
em nome de quem saúdo todos os servidores aqui presentes; também saúdo o
SINDISAÚDE, através da sua Presidenta Marilene Schimitt. Queríamos dizer que
nós acompanhamos há muitos anos a luta dos trabalhadores do Hospital Conceição,
pois trabalhamos lá, instalando diversos equipamentos de radiologia,
indiretamente, não como funcionários, além de morar longos anos ali no Jardim
Ipiranga. Temos consciência da importância do Hospital para a população e da
qualidade do trabalho que o Hospital Conceição presta, bem como o Grupo
Hospitalar.
É bom lembrar que esse Grupo Hospitalar
era privado, e, pelas ilegalidades cometidas e falcatruas, teve de ser
estatizado devido ao acúmulo de dívidas que tinha com o próprio Poder Público.
Lá estivemos, muitas vezes, contra a
tentativa, nos últimos anos do Governo Fernando Henrique, de privatização, a
privatização branca, por meio da falácia de organizações sociais. Enfrentamos
as demissões, as perseguições feitas aos trabalhadores, e não vi o Ver.
Sebastião Melo com a mesma energia, protestando nesta Casa, como faz hoje,
parece que por ver, na oposição ao Governo Lula, o seu objetivo de vida.
Nós, não! Nós estivemos lá, naquele
momento, enfrentando o Governo que o Ver. Sebastião Melo defendia.
Estamos à disposição para lutar pela
máxima transparência nesta discussão. Parece-nos que qualquer alteração, mesmo
que positiva, tem de respeitar os direitos, os empregos dos trabalhadores do
Conceição.
Vocês terão, na Bancada do PCdoB,
parceiros nesse sentido. Estamos abertos, e acreditamos que a atual direção vá
caminhar nesse rumo, mas tenho certeza de que estaremos juntos nessa caminhada.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezado Sr. Marco Antonio, Presidente da
Associação do Grupo Hospitalar Conceição, sobre o comentário de outros
Vereadores, nós também estávamos aqui presentes por ocasião da fala do
Presidente João Motta, que assegurou a permanência dos funcionários. Ouvi
também comentários, de que simplesmente a garantia verbal não é suficiente.
Entendo que é justo os senhores buscarem
seus direitos plenos, mas, ao mesmo tempo, quero fazer alguns relatos que julgo
importantes.
Primeiro, quando se fala em concurso
público - e está aqui no texto de vocês - sou daqueles que defende o concurso
público, porque entendo que essa é a forma legítima de ingresso no serviço
público. Mas, ao mesmo tempo, também, quero dizer que - e os senhores estão há
muitos anos no emprego - a possibilidade de um quadro em extinção é salutar, porque
vai garantir o emprego, a manutenção dos empregos dos senhores e vai permitir
que os novos entrem somente por meio de concurso público.
Foi mencionada a questão da “teoria do
umbigo”, e é exatamente isso: nós, como gestores públicos, temos essa responsabilidade,
ou seja, zelar por toda sociedade. Zelando de que forma? Que só se entre no
serviço público através de concurso público. Mas já que ocorreu essa anomalia,
que vocês garantam a manutenção, mas que, a partir de agora, nenhum entre.
Garante-se a manutenção, cria-se um quadro em extinção, e os novos só entram
por concurso público. Por intermédio disso, vocês terão a ajuda e a colaboração
do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
(Manifestação das galerias.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu pediria a atenção
dos nossos visitantes. Os Vereadores têm o direito de se expressar.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, meu caro Marco Antonio dos Santos, Presidente da Associação dos
Servidores do Grupo Hospitalar Conceição, demais funcionários aqui presentes,
eu falo em nome da Bancada do PDT, em meu nome, em nome do Ver. Isaac Ainhorn,
Ver. Nereu D’Avila, Ver. Mauro Zacher, Ver. João Bosco Vaz e Ver. Dr. Goulart,
que é médico. Eu estava lendo, agora, o Informativo que recebi há pouco, que
traz alguma coisa do Grupo Hospitalar Conceição.
Eu acho que não só este Vereador, mas a
maioria dos Vereadores se envolve diariamente com os problemas da área da
saúde, e temos conhecimento do que representa o Grupo Hospitalar Conceição no
dia de hoje, na área da saúde.
Portanto, a Direção tem que ter a
grandeza, a dignidade e a obrigação de resolver esse impasse em que o hospital
se encontra hoje. A Direção, para resolver esses problemas, vai ter de sentar
com o grupo funcionários, porque esses são a mola mestra que leva o hospital
adiante. É um caminho. Eu acho que a Direção vai ter de, urgentemente, sentar
com os funcionários e ouvi-los para tentar resolver esse impasse.
Portanto, falo em nome da minha Bancada e
de outras Bancadas, para que esse impasse se resolva, porque, como já disse,
nós sabemos o que representa o Grupo Hospitalar Conceição na área da saúde. Um
abraço a todos. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu vou permitir que o
Sr. Presidente Marco Antonio dos Santos faça um convite, além dos presentes, a
todos os servidores do Grupo Hospitalar Conceição.
O
SR. MARCO ANTONIO DOS SANTOS: Muito obrigado pela
oportunidade. Eu queria fazer um convite: no dia 17 do corrente mês, na sede da
ASERGHC, na Rua Marco Pólo, nº 93, nós estaremos fazendo uma palestra sobre
esse tema com dois advogados de renome aqui do Estado do Rio Grande do Sul, o
Renato Paese e o Dr. Burmeister, que assessoram os médicos do SIMERS. Então,
nós queremos convidar os trabalhadores do Grupo Conceição, os Vereadores que
tiverem interesse em participar desta palestra, que vai servir também para
passar informações do nosso ponto de vista, da nossa perspectiva, dos
trabalhadores, acerca dessa mudança. Muito obrigado.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro
está com a palavra para uma Questão de Ordem.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu não
quero, aqui, tirar o eixo deste debate promovido na Tribuna Popular, mas, já
que fui injustamente citado pelo Ver. Sebastião Melo, eu preciso comentar duas
ou três questões. Em primeiro lugar, e bem rápido, Presidente, a ignorância do
Ver. Sebastião Melo em relação a minha pessoa não mais se justifica, pois ele
já convive comigo há três anos e deveria saber que entre as características da
minha personalidade está a de ser uma pessoa que possui uma cara só, que tem um
lado. Fui um crítico profundo da privatização do GHC por intermédio das
organizações sociais, uma iniciativa que era dos dirigentes do PMDB; tenho
posição sobre a questão da autarquia e sou o único parlamentar, seja em nível
de Deputado ou de Vereador, que se posicionou sobre este tema, e os
trabalhadores me conhecem e já receberam a minha posição. (Palmas.) Portanto, o
Ver. Sebastião Melo, mais uma vez, se equivocou, e eu, lastimavelmente, tenho
que vir aqui fazer esse registro, e vou passar à mão do Ver. Sebastião Melo a
minha posição, a única inscrita até o momento.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Feito o registro por
Vossa Excelência.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Presidente, eu penso que o Ver. Juarez
Pinheiro equivocou-se. Eu disse que vários parlamentares, inclusive o Ver.
Juarez Pinheiro, defendiam esta tese. Parabéns ao Vereador, que continua
defendendo. Não é a mesma coisa que acontece com o Deputado Henrique Fontana e
outros. Mas eu quero cumprimentar V. Exa.; foi nesse sentido que eu disse, mas
os teus colegas de Partido, que eu sempre via na Assembléia - e quando o PMDB
estava lá, eu também ia à Assembléia criticar as decisões errôneas - hoje eu
não os estou vendo ao lado dos servidores. Foi isso que eu coloquei. (Palmas.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Registrado o
mal-entendido. Fica tudo correto. O Ver. Juarez Pinheiro não possuía culpa
nenhuma; o Ver. Sebastião Melo não queria fazer nenhuma agressão; ninguém fez
agressão a ninguém, está tudo em paz.
Eu quero agradecer a presença do
Presidente Marco Antônio dos Santos, da Associação dos Servidores do Grupo
Hospitalar Conceição. Quero formular votos que consigam atingir os objetivos
colimados, e pode ter certeza, a Associação, de que esta Casa se coloca sempre
ao lado do que é justo. Saúde e paz.
O Presidente nos pede que avise aos
funcionários que, amanhã, às 13h30min, haverá uma assembléia geral, no
Hospital.
Estão suspensos os trabalhos para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h58min.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib – às 15h): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos às
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra em Comunicações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, o rei
continua ...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa insiste que é
necessário silêncio no saguão. Srs. Vereadores, por favor!
Devolvo o tempo a V. Exa., Ver. Cláudio
Sebenelo.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado Sr. Presidente. Há uma
profunda insegurança no País, alguma coisa que não se entende ainda o que está
acontecendo. Ao chegarmos em diversos locais da cidade de Porto Alegre, é
impressionante – alguma coisa assustadora – o número de casas de comércio que
estão fechando, quer no shopping,
quer nas grandes avenidas, quer em um local de concentração comercial. Nós,
hoje, estamos chegando a um desemprego de 8 milhões de pessoas - sete milhões,
novecentos e noventa e poucos mil brasileiros estão sem emprego. Nota-se em
toda a sociedade um imenso processo de estagnação e de medo. Há o medo da
falência, o medo do fracasso profissional, o medo das transformações, e esse
medo, essa insegurança, que já vêm de algum tempo, estão-se agravando de uma
forma insuportável. Nós, por outro lado, estamos assistindo a um debate – mais
do que um debate -, a um conflito entre Judiciário e Executivo - entre os
Poderes da Nação - que beira não só o desrespeito e a deselegância, mas também
a mais um processo que transmite insegurança para a população. Nós vemos com
extrema preocupação a invasão de pessoas da Organização das Nações Unidas no
Brasil - mediante pedido de ajuda do próprio Brasil, por intermédio de um
convênio firmado com a ONU - para as necessárias, indispensáveis, urgentes e
prementes reformas do Judiciário.
Eu não gosto da palavra “soberania”
quando dita apenas como uma capa, como uma desculpa para não se mexer e se
manter o status quo instalado num
País desregrado, no qual nós vemos - em todos os Governos, inclusive neste,
laborando num processo de corrupção - a extrema facilidade, Ver. Pedro Américo
Leal, com que os mandatos e as bases ficam aumentadas no sentido de apoio,
chamado apoio das bases ao Governo. Mas eu fico mais preocupado ainda, porque o
Presidente disse - hoje, está em todos os jornais uma declaração - que ainda
não fez 1% do que deveria ter feito, e o que é pior: as promessas de campanha
foram promessas diretas à guerra ao processo de corrupção. E, no entanto, vemos
aqui no País, hoje, um processo não só de corrupção se alastrando, mas também
estimulado pelo Executivo.
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Muito obrigado pelo aparte, gostaria somente de agregar. Do ponto
de vista daquilo que defendeu o Presidente Lula na campanha, acho que não fez
1%, mas fez 110% daquilo que o Fernando Henrique vinha fazendo no último
Governo. Isso ele esqueceu de colocar em sua matéria, porque, na verdade, ele
está dando seguimento ao Governo Fernando Henrique, que é do Partido de V. Exa.
Então, acho que V. Exa. tinha de cumprimentar o Presidente Lula.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu não pedia mais os apartes, é desnecessário, de nada adianta,
quero dar, contudo a minha contribuição. A legislação penal é fraca, é frouxa
no Brasil. A Lei de Execuções Penais é uma falência. O sistema penitenciário
não existe. Fogem, temos seis mil presidiários soltos nas as cadeias
organizadas do Rio Grande do Sul, são melhores. É uma orgia! Ninguém faz nada!
Em todo o resto do Brasil, é um descalabro, 280.000 presos, para 140.000
acomodações.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Na cidade de São Paulo, Vereador, 250 mil
mandados de prisão não são cumpridos por falta de presídio.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Não vou ser indelicado, mas levei oito anos chamando a atenção do
Presidente Fernando Henrique Cardoso de que esse era seu calcanhar-de-aquiles;
ele nada fez.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: A questão não é de um Presidente, é de
uma proposta inteira para o País. Foi prometido, formalmente, o ataque frontal
à corrupção, e nós vemos que as coisas se agravam de tal forma que não temos
mais direitos, e não há coisa mais corrupta do que essa estrutura judiciária,
pior ainda a policial, e mais ainda as estruturas governamentais. Por isso,
estamos em uma sociedade que vive momentos de medo, de apreensão, de
insegurança e, mais do que isso, de terror. A ameaça terrorista não é só
internacional; ela está aqui também onde nós vemos uma polícia absolutamente
inerte em relação ao terror.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vários Vereadores, que nada dizem, já foram assaltados. Assaltados
como num faroeste, e fica por isso mesmo. Os Vereadores estão sendo na cidade
de Porto Alegre, surpreendidos nas noites em que passeiam com suas famílias.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Muito obrigado pelos apartes dos dois
Vereadores; foram muito ricos, apesar de eu discordar do aparte do Ver.
Sebastião Melo.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, eu falava com Vossa
Excelência, antes do início da Sessão, a respeito de um grupo de funcionários
que me procurou para falar sobre a antecipação do feriado. Vossa Excelência
disse: “Olha, eu sou sensível e, se estiver no Diário Oficial, irei pensar com
carinho”. Então, vou-lhe passar o Diário Oficial de hoje em que o Sr. Prefeito
já decretou a antecipação para o dia 27 do corrente. Vou passá-lo às suas mãos,
que é um servidor da boa luta, e tenho certeza de que esta Mesa vai antecipar.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador,
quando Vossa Excelência me expôs o problema, eu pedi que fosse examinado o
Diário Oficial de hoje. Realmente, tomei conhecimento de que havia o Decreto do
Prefeito; evidentemente a Casa tomará a mesma medida, ou seja, antecipará o
feriado do Dia dos Servidores de 28 para 27 de outubro, não há nenhum problema.
A Ver.ª Clênia Maranhão está com a
palavra em Comunicações.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, eu quero fazer uma reflexão sobre uma série de atividades de
extrema relevância que acontecem neste País, com importantes desdobramentos na
defesa dos direitos das crianças, dos adolescentes, das mulheres, das minorias
de uma maneira geral, iniciativas essas que se descentralizam no País a partir
de ações efetivas feitas pelos Legislativos.
A primeira referência que eu quero fazer
aqui é com relação à criação, no Senado, numa ação integrada, e na Câmara de
Deputados, da CMPI - Comissão Mista Parlamentar de Inquérito - que investiga a
situação da exploração sexual de crianças e adolescentes, uma iniciativa que
estimulou em várias Câmaras do País a criação de comissões ou de subcomissões
para aprofundar esse tema, inclusive nesta Casa, o que foi presidido pelo Ver.
Carlos Alberto Garcia. O que realmente é impressionante é que, em um momento
como este, as autoridades, os executivos, os poderes constituídos, premidos
pela visibilidade, começam a ter a possibilidade efetiva ou o estímulo a fazer
as investigações desses tipos de crime. E isso está acontecendo nitidamente em
Porto Alegre e no interior do Estado, quando diversas pessoas que tinham
conhecimento desse tipo de procedimento desumano ou as próprias vítimas criam
coragem para fazer a denúncia e procurar as redes de atendimento para romper
com essa situação de escravidão, de assédio, de exploração, de ameaça, que
muitas vezes termina com a morte.
As situações de violência doméstica,
investigadas com muito mais radicalidade nestes tempos, tiveram essa mesma
origem. A denúncia do Movimento de Mulheres, as criações das comissões no
Congresso Brasileiro para investigar a violência doméstica contra as mulheres,
a violência intrafamiliar, criaram, em relação a esse tema, um novo patamar de
discussão e de intervenção: as delegacias especializadas, as casas de proteção,
as redes de apoio, a proliferação de entidades não-governamentais para atender
as vítimas da chamada violência doméstica.
Nós, que trabalhamos com essa área dos
direitos humanos, dos direitos das crianças, dos adolescentes, das mulheres,
sabemos que nada disso acontece de uma forma isolada. A violência gera
violência, ela esconde a impunidade daquele crime em geral, articula-se com uma
outra rede de crimes similares. Acho que nesta semana a Câmara Municipal de
Porto Alegre, por intermédio da Comissão de Educação desta Casa, com a
aprovação do conjunto dos Vereadores, tomou para si a responsabilidade de
discutir um outro tema, um tema que eu acho que se constitui em um verdadeiro
flagelo do século XXI, que é a escravidão dos tempos modernos, que é o tráfico
de seres humanos.
O Ministério da Justiça criou um serviço
especial, para tratar dessa questão.
O Estado do Rio Grande do Sul é apontado,
pelo Ministério da Justiça, como uma das rotas de tráfico de pessoas. A maior
parcela dos traficados são mulheres. Portanto, essa questão da exploração
sexual, que já é um tema com mais visibilidade, começa a nos apontar uma outra
direção. Grande parte das adolescentes vitimizadas muitas vezes é transferida
de uma outra cidade. Essa questão foi amplamente tratada no Seminário
patrocinado pela Comissão, com o apoio do Consulado dos Estados Unidos,
trazendo inclusive especialistas de três países; uma delegação internacional. E
eu acho que Porto Alegre, mais uma vez, saiu de forma pioneira, enfrentando uma
questão que poderá parecer que não é questão do Município, mas, nos tempos de
hoje, não há mais como se tratar uma questão dessa envergadura, sem perceber
que ela acontece em todos os lugares do mundo, inclusive nas cidades em que
moramos.
Eu acho que iniciamos mais um processo de
luta pela garantia dos direitos humanos, enfrentando uma das mais importantes
questões dessa área. Penso que era importante fazer este registro, como um
estímulo a novas atividades desse tipo. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez
Pinheiro está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver.
Darci Campani.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, quanto ao aparte que o Ver. Sebastião Melo fez, eu não vou me
referir ao seu mérito, quando comentou, em nome da Bancada do PMDB, a questão
do Grupo Hospitalar Conceição. E, para que não fique nenhuma vírgula de
mal-entendimento, Ver. Haroldo de Souza, eu quero dizer aqui a neste Plenário,
que tive a honra de dirigir aquela instituição e que, infelizmente, Ver.
Haroldo de Souza - V. Exa. não era do PMDB à época -, quando saímos da direção
administrativa do Grupo Hospitalar Conceição, em apenas dois meses o PMDB
colocou em torno de 1.500 pessoas a trabalhar sem concurso público. E se hoje
se discute a questão da autarquia, se ela é benéfica ou não, Ver. Elói
Guimarães, para aquela instituição, é preciso dizer que a veemência do Ver.
Sebastião Melo não encontra nenhuma base ética, porque o PMDB quis, em 1996,
privatizar aquela instituição.
Para quem não sabe, é uma instituição em
que 95% das ações pertencem ao Governo Federal, faz parte da administração
indireta do Governo Federal, e o PMDB, em 1996, com pessoas localizadas aqui em
Porto Alegre e outras localizadas em Brasília, buscou fazer a privatização
daquele equipamento - que é composto por aproximadamente 5.700 trabalhadores,
quatro hospitais -, por meio do engodo das chamadas organizações sociais.
E àquela altura da vida nacional, um
parecer por mim solicitado ao Dr. Renato Paese, um jovem advogado dos mais
competentes deste Estado, chamou a atenção da coletividade, Ver. Pedro Américo
Leal - V. Exa. acho que era Deputado -, de que seria um absurdo privatizar o
Grupo Hospital Conceição. Pois, agora, quando vejo o Ver. Sebastião Melo como
arauto dos trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição, eu sinto um pouco de
descrédito na política, ao que a práxis política de forma fragmentária pode
levar uma pessoa. Defendeu a privatização - com pessoas que o apoiaram na
campanha - e agora se coloca como uma vestal, alguém que vai defender os
trabalhadores do Grupo Hospitalar Conceição.
Portanto, eu apanho com isso, porque
tenho em relação ao meu Partido uma posição que, se não é discrepante, tem
divergências sobre o encaminhamento. Mas o que me entristece, Ver. Zé Valdir, é
essa forma fragmentária, essa forma descontextualizada de fazer política. Luta
pela privatização de um estabelecimento e agora se coloca como uma vestal, inclusive
acusando talvez o único parlamentar do PT que está buscando fazer um diálogo
com a Direção, estabelecer o contraditório, porque eu, pessoalmente, tenho
dúvidas se essa alternativa encontrada é a melhor.
Eu fiz colocações por escrito, não fui
para microfone - que aceita qualquer coisa e que depois não registra. Eu
escrevi um documento de cinco laudas, onde abordo, juridicamente, todas as
conseqüências para os trabalhadores, para os usuários do SUS; coloco que é
correto buscar alternativas, Ver. Pedro Américo Leal, que diminuam a carga
tributária, mas chamo a atenção também para o fato de que vão se criar dois
regimes diversos de celetistas e estatutários e que isso pode levar a uma
grande confusão, pode vir uma enxurrada de ações trabalhistas. Então eu busco
provocar o contraditório, para que, se essa decisão for tomada, ela seja tomada
com a participação de todos os atores: a Câmara de Vereadores, a Assembléia
Legislativa, a Direção do Grupo, o Conselho de Administração e também os
trabalhadores, porque hoje são celetistas, e, se for transformado em autarquia,
Ver. Zé Valdir – para ter uma noção -, não terão mais o dissídio coletivo, ou
seja, as cláusulas econômicas e sociais que são revistas de forma anual, eles
não as terão mais.
Então, eu me senti absurdamente
violentado na minha ação parlamentar com essa iniciativa, e depois o Vereador
ainda foi ao microfone de apartes tentar justificar.
O que eu quero chamar atenção é que não
podemos ser tão fragmentários, a práxis política não pode ser tão rebaixada,
tão desqualificada, de defendermos a privatização do Grupo e agora se colocar
como uma vestal que vai defender o interesse dos trabalhadores! Assim não se
faz política com seriedade!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de
Souza está com a palavra, em Comunicações, por transposição de tempo com o Ver.
Mauro Zacher.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras e Vereadores,
é verdade, Ver. Juarez Pinheiro, em 1996 sequer eu estava na política, e é por
isso que, quando eu chego aqui e digo que todos os Partidos são iguais, eu
acabo tendo a comprovação, logo de imediato. O PMDB quis privatizar o Hospital
Conceição em 1996, eu não estava na política. Mas o PT, ao longo da história,
sempre foi contra o Fundo Monetário Internacional e hoje vive abraçado com o
FMI - Fundo Monetário Internacional. Agora é a favor. É a política, na qual
mais se fala do que se faz.
E assim vivemos nós, a cada dia
comprovando que realmente se precisa de uma reforma partidária, de uma reforma
política com urgência neste País.
Eu vou falar do carnaval e de suas
escolas. Uma escola de samba aglutina em torno de si uma série de realizações
sociais que lhe dá sustentação de vida e de lazer para os seus participantes.
Conheço gente que só se diverte com o carnaval, desfilando nas escolas,
passando o restante do ano, com enormes sacrifícios, ajudando na escola, e, com
mais sacrifício ainda, confeccionando a sua fantasia para tudo terminar na
quarta-feira, na avenida.
As escolas são entidades recreativas,
assistenciais, além de carnavalescas, onde se reúnem famílias inteiras. Não
pode haver carnaval sem ensaio; não pode haver desfile sem ensaio. Não existe
escola de samba que não sobreviva dos trocados que saem dos seus bares nos dias
dos ensaios. Por isso, não se pode proibir o ensaio das escolas de samba e
muito menos haver invasão da Brigada Militar nas quadras de ensaio, não sei a
mando de quem; só sei que não pode.
O ensaio é uma vez por semana e muitas
vezes aos sábados à tarde, sequer prejudicando o sono do vizinho. É preciso
haver compreensão das pessoas quanto aos espaços dos outros, e nesses espaços,
reivindicados pelos carnavalescos, está inserido o lado social dos trabalhos
que são feitos por serralheiros, escultores, figurinistas, costureiras, etc.
O
Sr. João Bosco Vaz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Nobre Vereador, dentro desse mesmo assunto, quero comunicar ao
Plenário e a V. Exa. que, no próximo dia 24, às 14h, eu agendei um encontro com
o Sr. Procurador-Geral de Justiça do Estado, Dr. Roberto Bandeira, que vai
receber os presidentes das entidades carnavalescas, e pedi a ele que convidasse
a Dra. Ana Marchezan, que é a Promotora que está, equivocadamente, interditando
as quadras, multando as escolas, não entendendo esse lado social que as nossas
entidades têm.
Vossa Excelência está convidado, como os demais Vereadores,
para, no dia 24, às 14h, para a reunião com o Sr. Procurador-Geral de Justiça
para resolver, de uma vez por todas, essa situação. Muito obrigado.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Obrigado pelo aparte, Ver. João Bosco
Vaz, e a certeza de que as providências devem, sim, ser tomadas, porque os
carnavalescos fazem parte também da sociedade de Porto Alegre; isso é
indiscutível.
Eu queria falar da fraude na
Constituição. A revelação do Sr. Nelson Jobim de que a promulgação da
Constituição de 1988 não pode passar em branco pela sociedade, que obedece e
segue religiosamente esta mesma Constituição. Mas como é que o Sr. Nelson Jobim
afirma, se ele próprio participou de uma fraude, introduzindo na Constituição
artigos que não foram votados pelos constituintes? Como é que pode acontecer
isso à Lei das leis de um País?
Não podemos aceitar que a coisa fique por
isso mesmo, quando alguém violou a nossa Constituição no seu nascedouro -
declara a fraude -, e ser ele um dos que vão julgar no Supremo as questões
inconstitucionais. Num País sério, declaração como essa do Sr. Nelson Jobim é
uma bomba atômica nas estruturas morais da Nação e, de imediato, precisam ser
tomadas medidas cabíveis, pois, se o nosso País está-se tornando um País sério,
realmente precisam-se tomar providências nesse campo. Se as nossas instituições
políticas e jurídicas ficarem de braços cruzados depois dessas afirmações do
Sr. Nelson Jobim, estaremos estabelecendo normalidade nas fraudes que venham a
ser praticadas em nosso País, porque foi ferida a Lei das leis, e isso é muito
grave. Ou não é? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está
com a palavra em Comunicações por cessão de tempo do Ver. Elias Vidal.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, quero aproveitar este momento, este espaço cedido pelo Ver. Elias
Vidal do nosso Partido, porque o que eu quero falar não poderia deixar passar,
até por questão de ética, por ocupar a Liderança do Partido que nos pertence,
mas sábado, no jornal Correio do Povo, foi publicada a seguinte notícia:
“Ilgenfritz duvida do quinto mandato”.
O que eu quero deixar bem claro aqui, até
por coerência, Ver. João Bosco Vaz, é que se o meu Partido tiver candidato a
Prefeito, estarei lá na convenção, estarei como um dos nomes, pré-candidatos do
Partido. Como vice, já vou pensar, depende como. Mas se fala nos jornais que há
possibilidade - de uma forçada – de que o Diretório Nacional do meu Partido
possa, por exemplo, nos colocar numa coligação com o PT na Capital. Eu quero
dizer que não participo desse tipo de coligação, até porque a gente, na
política, tem de ser coerente, e aqui nesta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, V.
Exa. é testemunha disso, nós sempre fomos oposição ao PT. Então, como é que
agora nós vamos modificar a posição, por um argumento de que, no aspecto
Federal, nós estamos juntos Lá, é um balaio de gato que ninguém entende, no bom
sentido, são Partidos de toda ordem, de todas as ideologias e pensamentos.
A nossa questão é a Capital. Aqui, há um
Partido que está de 15 para 16 anos no Poder, que quebrou o Estado do Rio
Grande do Sul e quebrou a Prefeitura também, quando esteve, conjugadamente, no
Estado e no Município. Portanto, eu deixo bem claro: o Ver. Cassiá Carpes é
candidato a Prefeito pelo PTB, é candidato a vice, mas aí vai ter que estudar.
Tem de ser uma coligação coerente; o gaúcho exige a coerência na disputa
política.
Não sairei do meu Partido, farei a
campanha como Vereador, como já fizemos da outra vez, portanto nós temos que
ser coerente. Como é que nós vamos fazer coligação? Eu fui procurado, o Partido
está sendo procurado, mas nós estamos firmes. Já foi feita uma campanha, ou
melhor, um grupo de sete membros com os três Vereadores, com os presidentes do
Partido, municipal e regional, e mais dois componentes do Diretório tanto
regional como nacional. Então, nós temos que ser firmes nesta hora, para que
tenhamos coerência, já que a campanha está aí.
O PTB é visto por todos para vice, mas
quando é que nós vamos ter um candidato a Prefeito? Por que nós somos bons para
vice desse ou daquele e não temos candidato a Prefeito? Então o meu nome está
lá colocado, se tiver candidato a Prefeito estarei na convenção do meu Partido
pleiteando a mudança em Porto Alegre. Se meu Partido entender, novamente, que
deve concorrer a vice, nós vamos estudar caso a caso, no sentido político e
ideológico e de forma coerente, para formarmos uma grande frente, porque o
objetivo de todos – e nós vamos ter segundo turno, sem dúvida, Ver. Luiz Braz –
é estarmos na mesma corrente de mudança na Capital.
O povo cansou do discurso do PT, o povo
cansou de dizer que em Porto Alegre só existe Orçamento Participativo que é,
muitas vezes, manipulado, ou seja, de uma receita estadual, que era
determinada, quando o PT estava no Governo do Estado, para a Grande Porto
Alegre, era destinada, especificamente, para Porto Alegre, porque o PT está aqui
há 15 anos.
Então, nesse aspecto, temos que ver como
está a Saúde em Porto Alegre; como está a Habitação, com mais de 150 mil
pessoas invadindo e com promessa do Orçamento Participativo. Gostaria que o
Ver. Zé Valdir, que entende muito bem do Orçamento Participativo, pois
participava lá, nos informasse quantas invasões houve. Essas pessoas vão para
onde? Como está, no Orçamento Participativo? Para onde vão essas pessoas com
casas próprias oferecidas pelo DEMHAB? É isso que nós gostaríamos de saber.
Portanto, fica bem claro: o Ver. Cassiá
Carpes não fará parte de uma possível coligação que se cogita, mas eu não
acredito, com o PT. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e
Vereadoras, representando a Casa, estivemos em ato no Colégio de Presidentes
dos Tribunais de Justiça do País, oportunidade em que se fazia presente o
Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro Maurício Corrêa e tivemos a
oportunidade de assistir a sua manifestação acerca desse verdadeiro descalabro
que foi a vinda ao País de uma representante da ONU, de nome Asma Jahangir,
declarando que se fazia oportuna, necessária uma inspeção. Vejam V. Exas., um
organismo internacional fazendo uma inspeção na Justiça brasileira. Olhem a
dimensão da intervenção internacional nos interesses de soberania.
O Poder Judiciário, juntamente com o
Legislativo e o Executivo, constituem os três Poderes da República. E o mais
grave, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que a Sra. Asma Jahangir fez a
declaração na presença do Presidente da República e do Ministro da Justiça,
dizendo que se faz necessária, entre outras coisas, uma intervenção no
Judiciário.
O Ministro Maurício Corrêa fez uma bela
intervenção, colocando o pensamento, Ver. Luiz Braz, do Poder Judiciário
Brasileiro, de rechaço absoluto à tentativa, e cobrou S. Exa., correta e
acertadamente, a reação do Presidente da República. Fazia-se imprescindível que
o Presidente da República rechaçasse essa intervenção, porque se trata de uma
intervenção. Vejam V. Exas., é imiscuir-se nos interesses da soberania nacional
essa tentativa de fazer inspeção no Judiciário. Quem tem de fazer a inspeção no
Judiciário é o Poder Judiciário, são as autoridades brasileiras, jamais uma
autoridade estrangeira. Então, o Ministro Maurício foi contundente nesse
aspecto, e nós queremos aqui cumprimentá-lo, saudar essa magnífica
manifestação. E cobrou, reclamou o Ministro Maurício Corrêa, pois, quando o
Presidente foi a Cuba - vejam V. Exas. -, um grupo de pessoas, de intelectuais,
cobrou um pronunciamento do Presidente acerca dos presos políticos em Cuba, e o
que respondeu o Presidente? “Não fica bem me imiscuir na soberania de Cuba”. Eu
acho que até certo ponto, até sob certo aspecto, o Presidente, na minha
opinião, procedeu corretamente. Agora, se assim procedeu com relação a Cuba –
em Cuba é muito mais grave -, tinha que rechaçar pela mesma forma, pela mesma moeda,
a tentativa de intervenção da Sra. Asma, que pretende interferir nos interesses
domésticos brasileiros. É questão de soberania nacional.
Então, nós queremos nos solidarizar com o
movimento do Judiciário, que clama pela reação à tentativa da Sra. Asma, da
ONU, seja do organismo que for, de interferir na questão brasileira, até porque
não cabe jogar-se ao Judiciário o que está pretendendo se fazer. Se quisermos
fazer este controle externo - ao que eu sou contra, absolutamente contra, eu
devo deixar claro -, que se proceda de forma às claras, mas não se busquem
esses subterfúgios que vêm, por assim dizer, comprometer a soberania nacional.
Nós não podemos admitir que organismos internacionais, sejam...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, nobre
Vereador.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: ...da respeitabilidade que forem,
intervenham na questão da soberania nacional. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras e senhores que nos assistem nas galerias, e também pela
TVCâmara, eu queria saudar a todos. Eu lamento que o Ver. Zé Valdir não se
encontre no plenário neste momento, pois ele tem sido um crítico muito feroz,
nesta tribuna, a respeito da nossa segurança. Inclusive, o Ver. Zé Valdir teve
a sua residência arrombada na semana passada. Quero dizer que não concordamos,
de forma nenhuma, com o vandalismo que acontece na nossa Cidade e no Brasil.
Gostaria que o Ver. Zé Valdir fizesse, um
dia, nesta tribuna, uma comparação. Qual a diferença entre uma residência
arrombada, que é uma propriedade de um cidadão ou de uma cidadã, e uma
residência invadida? Qual é a diferença? O Vereador critica um lado e defende o
outro.
Temos assistido, ultimamente, às invasões
que têm acontecido no nosso Estado e estamos extremamente preocupados. Fazendas
estão sendo invadidas, e o cidadão tem direito à propriedade, está na
Constituição; móveis estão sendo destruídos e depois colocados em vias
públicas; animais estão sendo abatidos, inclusive matrizes. O vandalismo é
tanto, meu caro Ver. Elói Guimarães, que, para encobrir algumas coisas, eles
soltam o resto do gado em vias públicas, tentando fazer uma tapeação e causando
sérios riscos às pessoas nas grandes vias públicas e no trânsito. Eles cortam
cercas e não respeitam nada. Não é só isso: as residências são queimadas,
destruídas.
Vejam a que ponto chegamos! Qual o
caminho que este País está tomando?
As pessoas que nos assistem pela TVCâmara
sabem que tenho uma ligação muito forte com a nossa agricultura. E é lamentável
o que está acontecendo.
Se o nosso Presidente não baixar normas
rígidas, fortes, não sei o que vai acontecer.
Não sou contra a Reforma Agrária. O meu
Partido, o meu líder Leonel de Moura Brizola foi o primeiro a fazer Reforma
Agrária neste País. Uma Reforma Agrária bem feita, com pessoas escolhidas. Não
como está sendo feita hoje. Trinta por cento dos assentamentos não estão mais
no local onde foram assentados. Estão por aí, vendem, fazem aquela negociata e
vão para a rua fazer esse tipo de movimento.
E o mais grave disso tudo: vocês já se
deram conta, meus caros colegas Vereadores e Vereadoras, meu caro Cel. Pedro
Américo Leal, de que a nossa Brigada Militar praticamente tem que ter hoje um
exército paralelo para poder controlar essa barbárie que acontece em nosso
País? O que está acontecendo? Um grande contingente de policiais têm de sair
dos seus locais de trabalho, das suas cidades - sem condições de darem
segurança -, e estão aí para resolver o problema dessa barbárie dessas invasões
que estão ocorrendo em nosso Estado.
O
Sr. Pedro Américo Leal: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) A coisa é muito grave, o Rio Grande precisa acordar. Eu estou
dizendo que não temos efetivo na Brigada Militar e na Polícia Civil. Um PM,
afastado de uma cidade do Interior, sem a família, aqui, em Guaíba, começou a
dar tiros a esmo, se desestabilizou psicologicamente. As condições do soldado
da Brigada Militar está carecendo de providências, mas ninguém está enxergando
isso no Rio Grande do Sul, porque ninguém entende nada! A Brigada Militar está
praticamente se extinguindo, pois 12 mil homens faltam! Cinco mil e seiscentos
da Polícia Civil, por isso mesmo, um homem, ontem, deu vários tiros em Guaíba,
é o desespero inconseqüente, está ele afastado da família.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Tempo encerrado, por
favor!
(Aparte anti-regimental.)
O
SR. ERVINO BESSON: Se o Presidente permitir... (Pausa.) O
Presidente não está permitindo. Já encerro, Sr. Presidente, dizendo à liderança
desse Movimento: por favor, democracia é uma coisa, anarquia é outra coisa.
Estão pendendo, sim, para o lado da anarquia! Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Mauro Zacher
está com a palavra em Comunicações no tempo que permutou com o Ver. Haroldo de
Souza.
O
SR. MAURO ZACHER: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib,
Vereadoras, Vereadores, senhoras e senhores presentes aqui nesta Casa, aos que
nos assistem pela TVCÂMARA, meus cumprimentos. Eu inicio saudando os
Fisioterapeutas que, hoje, comemoram o seu dia. Também gostaria de parabenizar
o Ver. Dr. Goulart, que se licencia e que, no dia 04, foi pai novamente - do
Vinícius. Fica aqui a nossa saudação ao Vereador.
É uma satisfação, também, Ver. João
Antonio Dib, nosso Presidente, voltar a esta Casa com V. Exa. na presidência.
Eu gostaria de usar o espaço que eu tenho nesta tribuna para
chamar a atenção desta Casa para os problemas que o 4º Distrito desta Cidade
vem enfrentando, problemas históricos dessa região que vem sendo esquecida pela
cidade de Porto Alegre, esquecida pelo Poder Público; problemas como os
alagamentos, que é uma questão antiga e que ainda nós não conseguimos resolver
para dar desenvolvimento para aquela região da Cidade, que tem um potencial
muito grande, um potencial imobiliário, um potencial de comércio. Aquela região
já teve um comércio muito forte; já teve, também, uma parte residencial muito
forte, e que hoje está decadente, podemos dizer assim.
Nós, por intermédio da Associação dos Amigos do 4º Distrito
- Associação que eu presido -, estamos tentando dar ao 4º Distrito uma nova
vida, um novo rumo de desenvolvimento.
O
Sr. Ervino Besson: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Mauro Zacher, em nome da Bancada do PDT e do nosso querido
Presidente, Ver. João Antonio Dib, quero saudar a V. Exa., para dizer que V.
Exa. é um jovem e promissor político para esta Cidade e para o nosso Rio
Grande. Seja bem-vindo entre nós, nesses poucos dias em que V. Exa. nos dará a
honra de participar junto conosco, aqui, nesta Casa.
O
SR. MAURO ZACHER: Muito obrigado. Saiba que a honra é minha
de poder estar aqui aprendendo com estes ilustres Vereadores.
Mas eu gostaria, então, de dar
continuidade, dizendo que o 4º Distrito, Ver. João Antonio Dib - pessoa tão
reconhecida na nossa região - precisa de uma atenção especial, e que nós, por
intermédio da Associação dos Amigos do 4º Distrito, a qual eu presido neste
ano, estamos tentando trazer, também, segurança. Fizemos um almoço com o Sr.
José Otávio Germano, e garantimos para o 4º Distrito um novo Centro de
Operações 24 horas. Isso nos dá a certeza de que nós poderemos trazer para o 4º
Distrito um desenvolvimento e um rumo diferentes. Vamos fazer, também, o 1º
Fórum de Revitalização do 4º Distrito, e eu quero contar com a presença maciça
dos Vereadores desta Câmara, para que nós possamos, então, trabalhar e discutir
questões importantes.
Fizemos no sábado, recentemente, o Dia da
Criança na Praça Pinheiro Machado, uma praça muito antiga, que teve a
participação efetiva da comunidade. Também demos ao 4º Distrito o jornal Gazeta
do 4º Distrito, que é um jornal mensal da comunidade, o qual está aberto a
todas as associações, às igrejas, à comunidade. É um jornal que vem para
informar sobre os problemas do 4º Distrito, esse jornal também vem como um
instrumento político para que nós possamos levar à comunidade informações sobre
os investimentos públicos que são necessários naquela região. Enfim, nós
estamos trabalhando a questão do 4º Distrito como uma questão de prioridade;
uma região com um potencial imobiliário, como eu já disse, muito grande. Nós
queremos chamar a atenção do Poder Público, queremos chamar a atenção dos
investidores desta Cidade para que dêem uma olhada ao 4º Distrito de forma
diferente, de forma que nós possamos trazer àquela região investimento e
desenvolvimento e também relembrar o passado do 4º Distrito com olhos no
futuro. Muito obrigado, era só isso.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente, na
forma do nosso Regimento Interno, este Vereador quer requerer verificação de
quórum, neste momento, nominal.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Solicito a liberação
do painel para que os Srs. Vereadores possam registrar as suas presenças.
Enquanto o fazem, eu quero chamar a atenção de que o período seguinte é o da
discussão da Pauta Especial, ou seja, do Orçamento do próximo ano. E quero
chamar a atenção dos Srs. Vereadores de que o último dia para a apresentação de
emendas é o dia 20 de outubro. Vale esta data, também, para que a população,
por intermédio de três entidades ou de 300 eleitores, também possa apresentar
emendas; portanto, até o dia 20.
Srs. Vereadores, por favor, registrem as
suas presenças, eis que foi solicitada verificação de quórum. Onze Vereadores
já registraram suas presenças e não há dúvida de que há quórum para a
continuação da discussão. Há quórum para o momento em que vivemos nesta Sessão.
Passamos à
PAUTA
ESPECIAL
(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)
3ª
SESSÃO
PROC. 5344/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 041/03, que estima a Receita e
fixa a Despesa do Município de Porto Alegre para o exercício financeiro de
2004.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores,
insigne Ver. João Dib, colegas Vereadores e colegas Vereadoras, eu retorno a
esta tribuna para falar sobre o nosso Orçamento Municipal, que considero, Sr.
Presidente - V. Exa. que foi Prefeito desta Cidade -, talvez o momento mais
importante do Legislativo, porque é o momento em que o parlamentar pode
averiguar a tradução da vontade política dos governantes, porque se discute e,
depois, essa discussão tem de ser traduzida numa Peça Orçamentária. Se eu
defendo a Saúde, tenho de olhar se a Saúde tem dinheiro correspondente a ela
capaz de dar saúde ao cidadão; se eu defendo o asfalto, tenho que ver se na
rubrica do asfalto tem o dinheiro para o asfalto; se eu defendo a Perimetral,
tenho que ver se há dinheiro para a Perimetral.
Nós pinçamos alguns pontos, Presidente, e
o Presidente Aldacir Oliboni comunicou a esta Casa que amanhã – e lá estaremos
– o Governo, por intermédio de suas representações, vai discutir conosco a
proposta orçamentária. Quero aqui socializar algumas perguntas que levarei a
essa reunião. A primeira delas, Ver. Pedro Américo Leal, nós temos hoje uma
contribuição de 6,75% por parte dos servidores municipais; o Prefeito propõe,
Ver. Luiz Braz - e V. Exa. conhece essa matéria -, aumento dessa alíquota de
6,75% para 11%. A pergunta que há de se fazer é: mesmo tendo regime próprio de
previdência aprovado por esta Casa, mas tendo em curso no Congresso Nacional
uma Reforma da Previdência, é correto que a Câmara aprove uma alíquota de 11%,
se o Congresso ainda não a decidiu? Vossa Excelência é membro da Comissão de
Constituição e Justiça; eu não sei responder. Para mim é uma interrogação a ser
respondida. Por quê? Porque se eu tenho no Congresso Nacional, e a reforma não
foi aprovada, poderá ser aprovada até o final do ano? Essa é uma questão que
tem de ser respondida.
A outra questão, Presidente, é que vem
acostada a essa proposta orçamentária um outro Projeto que diz respeito ao
ISSQN, Ver. Haroldo de Souza, ou seja, o Imposto Municipal Sobre Serviços de
Qualquer Natureza. A Lei Federal incluiu vários serviços que até então não
estavam na lista. A Prefeitura manda, incluindo esses serviços. E a Prefeitura
também tinha alguns serviços sobre os quais cobrava 5,5% e passa a cobrar 5%,
porque é o teto da Lei Federal. Esse Projeto não pode, na nossa avaliação, ser
votado sem uma profunda discussão com a Cidade e com os setores, especialmente
com o setor da micro e pequena empresa. Por que só a informática tem redução de
2%? Por que não outros setores? O Governo deve ter estudos, os quais não
acostou aos autos até este momento, bem como não acostou nenhum estudo dizendo
por que, Presidente, reduz um e aumenta o outro. Acho que essa é a primeira
questão para começarmos a discussão.
Agora, para uma coisa é preciso que esta
Casa tenha uma atenção especial. Ver. Juarez Pinheiro: eu venho acompanhando,
desde 2001, os Orçamentos com muito estudo nessa matéria – eu já acompanhava um
pouco os Orçamentos, bem menos do que agora que sou Vereador desta Casa –, e,
pela primeira vez, Ver. Cláudio Sebenelo, mudou-se a metodologia para fazer,
aqui, um Orçamento maquiado ao quadrado, porque a LDO diz que o Orçamento é
apresentado agora, e no final do ano, ele é corrigido pelo IGP-M - é o que diz
o art. 4º, § 1º, da LDO. O que é que o Governo Municipal fez para efeito de
debate político no ano que vem, quando o seu candidato a Prefeito for cobrado -
pois além de muitas coisas que eles não fizeram, ainda quebraram a Prefeitura
de Porto Alegre? O que é que eles fazem? Eles produzem um Orçamento
profundamente irreal, para dar sustentação a esse discurso político. E vou
dizer porque é que produzem um Orçamento irreal, porque uma coisa é dizer...
Eles pegaram o Orçamento, que era de um milhão, setecentos e poucos mil reais,
e tocaram uma correção de 20% em cima dela, e vão tocar mais o IGP-M. Ver.
Cláudio Sebenelo, nunca fizeram isso no Orçamento. Desafio, aqui, a Bancada do
Governo a me mostrar qual foi o Orçamento, ao longo desses dezesseis anos, em
que eles usaram essa metodologia. Não, não é assim! Então, o que eles fizeram?
Eles superestimaram as receitas e no ano que vem essas receitas que estão aqui
não serão concretizadas, porém estaremos no meio de um debate político, o
Orçamento não vai estar concluído e vai ficar o dito pelo não dito. A oposição
não pode deixar passar isso aqui assim, Ver. Luiz Braz. A oposição não pode
deixar passar este Orçamento dessa forma, porque ele não demonstra a realidade.
Existe a Cidade virtual, que é discutida pela Frente Popular; e existe a Cidade
real, que é discutida pela oposição. Aqui temos de discutir o Orçamento real. A
oposição tem de dizer à população qual é o Orçamento real da Cidade e o Governo
vai fazer o Orçamento virtual - que ele sempre fez nesta Cidade. Eu podia pegar
vários itens - Ver. Haroldo de Souza, do qual tenho a atenção nesta discussão
-, mas estou-me dirigindo aqui à cidadania de Porto Alegre, ao cidadão que
contribui, ao cidadão que deixa de comprar muitas coisas para a sua casa para
pagar rigorosamente os impostos. Pois bem, subiram em três milhões e meio o
Gabinete do Prefeito. Por favor, três milhões e meio, e sabemos para quê: é
para fazer propaganda da Cidade virtual, é para contratar mais alguns CCs dos
acordos eleitorais espúrios que estão sendo feitos e que foram feitos aqui no
mês passado. Três milhões e meio a mais no Gabinete do Sr. Prefeito. Isso está
aqui, isso é real, isso é verdadeiro! Isso é o verdadeiro; o virtual vamos
ouvir da Bancada do Governo, pois daqui a um pouquinho vem a Bancada do Governo
que vai discutir o Orçamento virtual. Estou discutindo o Orçamento real. E, o
Orçamento real, Presidente Luiz Braz, nos remete a uma outra coisa: o nosso
Sistema Único de Saúde vai ter uma redução dramática de recursos. Ver. Cláudio
Sebenelo, V. Exa., junto ao Ver. Dr. Goulart, são nossos líderes, antes o Ver.
Pedro Américo Leal presidiu a Comissão de Saúde muito bem, mas este Governo é
capaz de aumentar o superávit primário para pagar mais juros da dívida externa,
para mandar mais dinheiro para a “banqueirada”; e é capaz, de forma dura,
traidora de diminuir sensivelmente os recursos da Saúde.
Eu queria que o PT contestasse os dados
que eu tenho aqui. Eu falei disso na semana passada e gostaria que eles me
trouxessem outros dados, porque este é o Orçamento real, que havia sido orçado
para este ano, Ver. Luiz Braz, com um repasse de 311 milhões de reais para o
SUS; mas que até este momento, segundo os computadores do Ministério da Saúde,
só foram repassados 167 milhões de reais. Portanto, aquilo o que foi orçado no
Governo neoliberal do Fernando Henrique - dito pelos governistas aqui presentes
-, não vai chegar aos 311 milhões de reais no Governo neoliberal recauchutado
do Sr. Lula. Mas vejam, eles estão prevendo para 2004 apenas 275 milhões de
reais! Mais de 30 milhões de reais a menos do que foi aquele do Governo
neoliberal do Fernando Henrique! Este é o Orçamento real do qual estamos
falando, quando a Cidade pulsa na fila com pessoas morrendo, que não conseguem
exame, que não conseguem consulta especializada nem os remédios, que não
existem nas prateleiras! Mas o “Cidade Viva” vai muito bem, muito obrigado; o
“Cidade Viva” está pulando, o “Cidade Viva” está mais vivo do que nunca para
divulgar a Cidade virtual.
O
Sr. Cláudio Sebenelo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) No jornal “Folha de São Paulo”, de hoje, há uma página inteira com
o Dr. Eduardo Jorge, que é Médico, que saiu do Partido dos Trabalhadores indo
para o Partido Verde, e ele diz que a causa fundamental é o corte, a amputação
feita na área da saúde. Muito obrigado.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Esta Casa não pode aprovar, Presidente
João Antonio Dib, este Orçamento nos moldes em que ele veio do Executivo. Isso
é dar um habeas corpus por
antecipação ao candidato do continuísmo, àquele que vai representar o
continuísmo nesta Cidade, que quer continuar representando o continuísmo. Este
Orçamento é maquiado, é virtual, não corresponde à realidade. Presidente -
volto aqui a fazer um apelo a Vossa Excelência -, eu sei que esta Casa é outra
questão: eu não vou votar o Orçamento da Câmara nos moldes em que está aqui.
Uma Câmara fraca é Vereador fraco, é Parlamento fraco, é democracia
enfraquecida! É esta forma desrespeitosa com que a Prefeitura vem colocando o
Orçamento na Câmara. Esta Câmara é uma Câmara franciscana, mas ela tem de ter
os instrumentos de trabalho necessários para poder representar a cidadania.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elias Vidal
está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver.
Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.)
Ausente. O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
(Pausa.) Ausente. O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir a
Pauta Especial.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Exmo. Sr. Presidente Ver. João Antonio
Dib, senhoras Vereadoras, senhores Vereadores, eu confesso que fiquei
impressionado com o discurso do Ver. Sebastião Melo, não nesta Sessão de
discussão do Orçamento, mas na Sessão anterior. E a minha impressão forte
deveu-se a um fator negativo, Ver. Sebastião Melo, não a um fator positivo. Eu
fiquei preocupado com o Parlamento, a quanto, como já disse, a práxis política
pode levar um Parlamentar - e eu estou personalizando nesse caso, para logo
depois entrar no que interessa, Ver. Sebastião Melo, que neste momento se
encontra na galeria.
Eu fiquei impressionado, Ver. Sebastião
Melo, o quanto a práxis política, o desejo de se sobressair, o desejo de fazer
proselitismo pessoal para angariar apoios políticos, para mostrar que é um
grande crítico do Governo, a que patamares isso pode levar.
Eu quero dizer que achei o seu discurso
tragicômico. Cômico, permita-me meu amigo e grande Vereador, Sebastião Melo,
porque V. Exa. tem procurado, tem se esmerado, aqui na Tribuna, a copiar o
Senador Pedro Simon, sob o ponto de vista da sua oratória e da sua
gestualística. Quero dizer que nesse sentido, Ver. Sebastião Melo, V. Exa. está
muito bem; V. Exa. está quase perfeito, está falando como o Senador Pedro Simon
sob o ponto de vista de sua oratória e de sua gestualística. E trágico, Ver.
Sebastião Melo, em relação ao seu descompromisso com a verdade dos fatos. Não
foi bem a sua intervenção hoje, mas a sua intervenção na última quinta-feira. A
quanto pode alguém que tem, por um desvio do nosso Regimento, sendo de um Partido
que tem 20% dos Parlamentares, ter tanto tempo quanto o Partido dos
Trabalhadores. Vossa Excelência acha que vindo aqui de forma repetida, e
dizendo aqui inverdades, vai fazer com que a Cidade venha a acreditar nas suas
palavras. O Ver. Sebastião Melo acusou o nosso Governo de uma série de
atrocidades, absolutamente inverídicas. Eu não reconheço, Ver. Sebastião Melo -
não na sua pessoa, que é um homem digno, um Parlamentar dos mais trabalhadores
desta Casa -, sob o ponto de vista, inclusive não da sua trajetória política,
eu não reconheço do ponto de vista da sua trajetória, do que o senhor defende,
para quem o senhor angaria apoio político, para quem o senhor busca nas
eleições, trazer aos cargos do Poder Executivo, seja em nível da União, dos
Estados, do Município, poder, para vir fazer as críticas que V. Exa. fez. Pois
V. Exa. defendeu o Plano Cruzado, que foi um dos maiores engodos que este País
já teve, V. Exa. buscou apoio político para aqueles que fizeram corrupção na
licitação do SIVAM, por exemplo. V. Exa. busca apoio político para aqueles que
trouxeram para o País a “pasta cor de rosa”.
Eu estou retribuindo o que V. Exa. fez na
última semana. V. Exa falou que nós defendemos os grandes, mas V. Exa. sempre
buscou apoio político para aqueles que construíram o PROER. V. Exa. está
preocupado que eu fale no BANPARÁ; no Jader Barbalho; nas contas de políticos
do Governo FHC, no Caribe; na compra de votos da reeleição de FHC. Pois tudo
isso que o Palácio do Planalto encobriu durante a gestão de Fernando Henrique
Cardoso, e V. Exa, sim, estava comprometido com essas pessoas. Não do ponto de
vista direto, Ver. Sebastião Melo - eu não estou dizendo que V. Exa. teve
qualquer contato, inclusive pessoal, com esses corruptos. Eu estou dizendo que
V. Exa buscou e angariou apoio político para que essas pessoas fizessem essas
atrocidades. Mas Ver. Sebastião Melo, igual a isso ou pior que isso, foi o que
as forças políticas que V. Exa. sempre defendeu fizeram com este País. Este
País foi sucateado; este País foi destruído por um grupo político a que o Ver.
Sebastião Melo pertence, sim, e para o qual buscou votos; apoiou politicamente,
apoiou eleitoralmente. E faz com que hoje este País tenha no Orçamento da
União, por exemplo, 60%, Ver. Sebastião Melo, dos gastos do que arrecada em
pagamento de serviços e juros da dívida.
O Ver. Sebastião Melo é responsável pelo
Governo Britto, fez campanha para o Antonio Britto, que sucateou este País, que
doou dinheiro público para grandes empresários. E ele é responsável, hoje, por este
Governo que está aí - eu não falo da figura do Governador Germano Rigotto, que
pessoalmente é uma pessoa honrada...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Vereador-Presidente, eu estou
respondendo ao discurso do Ver. Sebastião Melo, da Sessão de quinta-feira, que,
de forma direta, ofendeu o Partido dos Trabalhadores. Não querem ouvir as
verdades, Presidente. Mas eu falo sobre Orçamento...
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu devo dizer a V.
Exa. que eu não ouvi o discurso... Eu vou parar o tempo de V. Exa. Eu não ouvi
o discurso do Ver. Sebastião Melo, eu não estava no plenário. Mas seria chamada
a atenção dele, se tivesse saído fora da matéria importante que é o Orçamento
Municipal. E eu, conhecendo a competência de V. Exa., peço que volte ao
assunto.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Eu gostaria que, quando o Ver. Sebastião
Melo tivesse feito as críticas que fez aqui ao Partido dos Trabalhadores,
tivesse recebido da Presidência... mas não tenho queixa, há mesmo uma admoestação.
Claro, quando a gente fala nessas coisas, quando a gente mostra quais são as
forças políticas que o Ver. Sebastião Melo defende, ele se coloca sempre como
de vestal, alguém puro, que não tem relação política com ninguém, que pode
fazer crítica a todos e que não quer receber as críticas.
Mas falo sobre Orçamento. O Orçamento,
Ver. Sebastião Melo, pode ser feito de várias formas. Pode ser feito sozinho,
pelo gabinete de um Prefeito, de um Governador, de um Presidente da República,
ou pode ser feito junto com a população, com as experiências mais variadas
possíveis. Cito aqui, inclusive, a do então Prefeito Bernardo de Souza. Não
estou aqui querendo chamar a atenção e dizendo que há só o Orçamento
Participativo de Porto Alegre. Há formas de se fazer o Orçamento. Logicamente,
Ver. Sebastião Melo, quando se faz sozinho o Orçamento, como V. Exa. gosta,
nesse caso é possível dar muito dinheiro para os bancos, para o PROER - e V.
Exa. é responsável direta ou indiretamente, como já disse. E sobre o Orçamento,
Ver. Luiz Braz, outra questão importante é para quem são destinadas as verbas.
É essa a discussão! Ou nós estamos aqui brincando de falar em Orçamento? O que
interessa é isso! As verbas vão para os banqueiros, vão para as grandes
empresas, vão, por exemplo, como agora, para o FUNDOPEM, que foi, de novo,
alterado para meia dúzia de grandes empresas ligadas ao fumo, ao tabaco, à alta
siderurgia. Ou vamos fazer com que os recursos sejam destinados para a
população? Esse é o debate, Ver. Luiz Braz, porque hoje a grande verdade é que
a União, os Estados e os Municípios estão absolutamente sucateados por uma
política que aqueles que estão do lado do Ver. Sebastião Melo ajudaram a
implementar. Criaram um inferno! Fazem com que hoje as comunidades não tenham recursos
nos orçamentos, e agora querem que aqui, em Porto Alegre, o PT resolva as
questões do Governo Federal, que ficaram oito anos, e do Governo do Estado
Britto, que sucateou este Estado, e agora com esse outro que subtrai, não
somente por sua razão. Eu quero aqui
dizer que acho que o grande responsável pela subtração do espaço popular no
Orçamento do Estado não se chama Germano Rigotto - é um ex-Vereador desta Casa:
chama-se Antonio Hohlfeldt, que é um grande inimigo da participação popular! E
quero aqui fazer esta denúncia pública, porque lutou aqui nesta Casa contra o
Orçamento Participativo, e agora, no Governo do Estado, implementa também as
suas táticas.
Pois apesar disso, apesar disso tudo,
aqui em Porto Alegre, o Orçamento com a participação popular nos deu a melhor
Capital para se viver, uma Cidade que cresceu e se modernizou de forma
homogênea, diferentemente de Curitiba, em que só o Centro foi organizado. Temos
um dos melhores sistemas de transportes. Temos aqui a maior quantidade de verde
por metro quadrado; temos aqui uma cidade que tem a melhor política salarial:
290% aos nossos trabalhadores, desde a edição do Plano Real. Construímos 420
quilômetros de avenidas pavimentadas.
Portanto, esse é o modelo de gestão. Apesar de toda a onda
neoliberal do contingenciamento dos orçamentos, Porto Alegre se tornou uma
referência internacional. Agora vêm aqui, às vezes, o Ver. João Carlos Nedel, o
Ver. Sebastião Melo que, junto com as forças políticas que com eles comungam os
seus ideais político-ideológicos, e cobram desta Cidade, que é um exemplo de
gestão, sem nenhuma corrupção, ao contrário desses fatos que eu narrei aqui,
anteriormente, e que deixou o Vereador nervoso. Uma Administração que faz com
que tenhamos hoje avenidas amplas, vamos lembrar aqui da Campos Velho; vamos
lembrar aqui da Juca Batista; vamos lembrar aqui de tantas avenidas como é o
caso da continuidade da Juca Batista, a Manoel Elias. Vivemos numa das melhores
cidades deste País, graças à honradez, à seriedade de orçamentos constituídos
ao longo desses 15 anos.
Portanto, concluo, Sr. Presidente, para dizer que não
reconheço, não do ponto de vista pessoal, mas do ponto de vista político,
nenhuma moral de quem sucateou este País, sucateou este Estado, em vir criticar
aqui os orçamentos da Administração Popular! É muito bom viver em Porto Alegre!
Não existe cidade igual! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João
Antonio Dib): A Mesa comunica que vai encaminhar os nomes à
1.ª Conferência Nacional das Cidades, e evidentemente o fará após a aprovação
do Plenário, se acontecer. O tema da 1.ª Conferência Nacional é: Cidade para
Todos. O lema é construir uma política democrática, integrada para as cidades.
Há um delegado indicado pela área
Metropolitana, que é o Ver. Raul Carrion. Eu gostaria que a oposição entendesse
e escolhesse um outro nome para que dois Vereadores representassem a opinião
desta Casa.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, quero comunicar que
vou-me ausentar neste momento por uma hora. Vou até a Assembléia Legislativa,
onde está sendo discutido, na Comissão de Serviços Públicos, o Projeto
referente aos Juizados Especiais, que é uma matéria levada pelo Tribunal e que
hoje se encontra na Assembléia. Então, como Conselheiro da Ordem, lá estarei.
Estou justificando minha saída neste momento por uma hora, mas estarei de
volta.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Vereador, a Casa
solicita que V. Exa. a represente, porque é realmente um assunto muito
importante e nós estaremos muito bem representados.
Por favor, seja afixado no painel que o
Ver. Sebastião Melo está em representação da Casa na Assembléia Legislativa.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir a Pauta Especial.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu gostaria de ouvir de uma
pessoa da competência do Ver. Juarez Pinheiro, que é um homem que eu já elogiei
tantas vezes aqui desta tribuna, a análise, realmente, do Projeto do Orçamento,
mas ele resolve gastar todo o seu tempo que nós temos aqui nesta tribuna para
atacar o Governo Federal passado! Ele não explica nem o Governo Federal atual;
ele usa todo o seu tempo, os 10 minutos, para atacar o Governo do Fernando
Henrique, e vai por aí afora atacando o Ver. Sebastião Melo e outros, mas ele
não fala do Orçamento! Ele não fala uma palavra sobre o Orçamento, a não ser
para falar do Orçamento Participativo. Então, eu convido os Vereadores do PT e
principalmente um homem da qualidade do Ver. Juarez Pinheiro para vir aqui na
tribuna debater o Orçamento comigo. Eu gostaria que alguém do PT viesse aqui para
debater o Orçamento.
Vou falar sobre Orçamento, então, porque
realmente essa é a matéria que nos interessa, Ver. Sebastião Melo, e é por isso
que nós temos aqui este templo para debater.
O
Sr. Sebastião Melo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Luiz Braz, a Bancada governista está fugindo do debate do
Orçamento “que nem o diabo da cruz”. Passaram cinco, seis Vereadores, da última
Sessão para cá, discutindo o Fernando Henrique, a ONU, mas não discutiram o
Orçamento de Porto Alegre.
O
SR. LUIZ BRAZ: Não, para debater Orçamento não serve! Olhe só:
vamos falar sobre os números. Nós temos, no Orçamento de Porto Alegre, 2
bilhões, 118 milhões, 411 mil, 137 reais e 86 centavos; esse é o Orçamento
previsto para o ano que vem em Porto Alegre. Desses, Receitas correntes: um
bilhão, 863 milhões. Entre as Receitas correntes, está lá a Receita tributária
e, na Receita tributária, 566 milhões e 105 mil reais, mas as Receitas
tributárias também se subdividem entre os impostos e as taxas. A Receita de
taxas é que me chama a atenção e eu não vou nem falar agora dos impostos, mas
vou falar sobre as taxas. Imagine, Ver. João Dib, que estou dizendo aqui que
está existindo uma subavaliação com relação à arrecadação de taxas. Nós temos
nas taxas, 51 milhões e 901 mil reais. Olhem, sobra para os impostos 514
milhões de reais, só que, quando estou afirmando, não estou aqui divagando,
estou afirmando que existe uma subavaliação com relação à arrecadação de taxas,
a previsão da Receita para as taxas, eu tenho aqui a constatação de alguns
dados, por exemplo, a Taxa de Licença para Funcionamento de Estabelecimentos.
Essa taxa, esse serviço é praticado este ano, foi praticado no ano passado, vai
ser praticado no ano que vem, é um serviço absolutamente normal do Município.
Ora, no ano 2003, 820 mil reais para esse serviço, foi a arrecadação deste ano
até aqui. A previsão para o ano que vem é de 678 mil reais, 200 mil reais a
menos na previsão do que foi praticado este ano. Realmente, eu não posso
imaginar que nós vamos ter uma regressividade com relação à arrecadação das
taxas. Há uma outra taxa aqui que é a Taxa de Licença para a Execução de Obras.
Nessa Taxa foram arrecadados 750 mil reais neste ano; para o ano que vem,
existe uma previsão de 343 mil reais, é menos da metade da previsão para o ano
que vem.
Então, eu acredito que o Orçamento, Ver.
João Carlos Nedel, que eles enviaram para esta Casa, é uma peça de ficção, é
uma mentira! Eu gostaria de ouvir alguém da Bancada petista, para discutir
esses dados; eu quero discutir é o Orçamento, porque achincalhar Governos
passados para justificar erros do presente, isso eu ouço todos os dias, de
todos os membros do PT! Mas eu acho que não é isso que vai resolver o problema;
o que nós temos de discutir aqui, Ver. Juarez Pinheiro, e principalmente V.
Exa., que é um homem de grande capacidade, são os dados do Orçamento.
Eu tenho aqui, fugindo do setor de taxas,
por exemplo, que a Receita Patrimonial do Município cai de 58 milhões, 257 mil
e 118 reais para 44 milhões de reais; Serviços Comerciais: de 400 mil reais
para 188 mil reais; Serviço de Saúde: de 315 mil reais para 14 mil reais. São
alguns dados tão vexatórios de constar no Orçamento que, realmente, não tem
como se justificar, não tem como explicar esses dados, essas diferenças.
Ver. Juarez Pinheiro, eu quero usar os
meus dez minutos para discutir o Orçamento, V. Exa. usou os seus 10 minutos
para achincalhar o Governo Federal.
(Aparte anti-regimental do Ver. Juarez
Pinheiro.)
Quero usar os 10 minutos para discutir o
Orçamento, V. Exa. quando vier aqui na tribuna discuta o Orçamento, V. Exa.
foge disso, foge de discutir o Orçamento.
Estou lendo aqui os dados do Orçamento,
esse Orçamento mentiroso, esse Orçamento de ficção, que foi enviado aqui para
esta Casa e que, infelizmente, todos os anos, os Vereadores de oposição, que eu
acho que também não lêem o Orçamento, acabam votando favoravelmente, deixando
passar essas vergonhas, esses vexames. Eu acho que nós não podemos mais
continuar assim. O Ver. João Bosco Vaz me diz que não, mas só que todos os anos
nós aprovamos aqui esse Orçamento com todos esses números mentirosos! Olha, eu
coloco, Ver. João Bosco Vaz, aqui para V. Exa., por exemplo: a suplementação
que nós aprovamos aqui todos anos. Todos os anos eles mandavam 10% de
suplementação; este ano, acho que vexados com aqueles números que eles
mandavam, mandaram, aqui, hoje, quase 4,25%. Olha, sabe o que significa isso?
Isso significa 90 milhões de reais que nós damos de suplementação automática.
Eu acho que isso é um absurdo!
(Aparte anti-regimental do Ver. Juarez
Pinheiro.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu peço atenção ao
Plenário, há um orador na tribuna e não se pode fazer aparte anti-regimental.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, pare o meu tempo,
porque parece que deu um ataque no Ver. Juarez Pinheiro, tem que dar um remédio
para ele.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Ver. Luiz Braz,
também chamo a atenção de V. Exa. Paro o tempo e peço aos senhores Vereadores
atenção, a matéria que está sendo discutida é muito importante para a vida da
Cidade e não é razão nenhuma para troca de idéias de forma mais acentuada, mais
violenta até. Portanto, eu peço atenção ao Plenário, volto a pedir atenção ao
Plenário para que eu possa devolver a palavra ao Ver. Luiz Braz.
Ver. Luiz Braz, volto o tempo de Vossa
Excelência.
O
SR. LUIZ BRAZ: Vereador-Presidente, eu fico preocupado
com a saúde do meu amigo Juarez Pinheiro, por isso que eu solicitei que
houvesse uma calma maior dentro do Plenário.
Mas olhem só! O Ver. Juarez Pinheiro, no
aparte anti-regimental, disse o seguinte: que isso é dado da LDO; só que
acontece que a LDO não diz que é obrigatoriamente esse o dado de suplementação;
pode ser até isso, pode ser 0,5%, pode ser 0,2%, pode não ser nada. Nós não
estaremos ferindo a LDO se colocarmos um percentual menor, estou certo, Ver.
Juarez Pinheiro? Agora, outro dado que foi colocado, aqui, que foi modificado
nos Orçamentos passados e que nós temos de corrigir, olhem só, é também
"... a autorização para realizar operações de crédito para cobertura de
déficit com entidades financeiras nacionais e oferecer as garantias
necessárias...” Ora, venham aqui para o Plenário, quando quiserem cobrir
qualquer déficit e oferecer as garantias, coloquem aqui os projetos para serem
votados, porque eu acredito que aí nós estaremos, realmente, fazendo o melhor
papel em defesa dos interesses da Cidade.
Não podemos, de repente, dar essas garantias, essas automaticidades, sem
virmos aqui discutir a necessidade ou não de tudo isso. Eu sei que não vou ter
tempo hoje, mas eu vou deixar para uma outra época para vir discutir, aqui, o
Orçamento da Câmara Municipal, que é de 2,5% em cima do total da arrecadação do
Município. E eu acredito que esses dados precisam, também, ser melhor discutidos,
e eu sei que o Presidente tem também uma preocupação muito grande em bem
discutir todos esses dados e fazer com que a Câmara receba o seu quinhão real.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhoras, senhores que nos assistem nas galerias, também na
TVCâmara, eu queria saudar todos. Estive dando uma olhada na proposta
orçamentária para o próximo ano, e também a proposta orçamentária do Estado, e
há muita diferença. Na proposta orçamentária do Estado é fácil entender onde os
recursos são aplicados, porque estão discriminados. Mas a nossa proposta, aqui,
para o Município, não é fácil. Eu vou citar alguns exemplos. Na página nº 213,
da proposta orçamentária para 2004, da SMOV, em Construção e Pavimentações de
Vias Urbanas, há o valor de um milhão, 612 mil e 128 reais. Acredito, meu caro
colega e Vereador Juarez Pinheiro, que este valor já tenha passado pelo
Orçamento Participativo, porque o Orçamento Participativo é votado de um ano
para outro. Mas por que a Prefeitura não especifica, para que nós possamos ter
mais facilidade para entender quais as vias que serão pavimentadas, quais as
vias que serão construídas? Não custa. Eu falo isso, porque o Orçamento do
Estado diz quais os locais, onde e como são aplicados os recursos, para que nós
tenhamos maior facilidade de entender.
Na página nº 231, da Secretaria Municipal
de Educação, em Construção de Prédios Escolares, há o valor de um milhão e 800
mil reais. Acho que esse valor também já foi discutido pelo Orçamento
Participativo. Mas onde vai ser construído? Qual é a comunidade que será
premiada com essa construção? Qual é o nosso dever aqui como Vereadores?
Controlar as obras do Executivo e até auxiliar naquilo que for necessário,
discutindo junto com a comunidade. Só diz aqui: construção de prédios escolares
e o valor. Mas onde? Alguém de Vossas Excelências sabe onde é?
O
Sr. Juarez Pinheiro: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Besson, V. Exa. discute com muita transparência e sabedoria o
Orçamento, e quero também receber as críticas.
Mas quero dizer a V. Exa. que a Peça
Orçamentária, o Orçamento anual não é o local para a discriminação de todas as
obras; mas não estou dizendo que não possa constar, só não é o usual pela Lei
nº 4.320.
Vou passar a V. Exa. o Plano de
Investimentos, em que todas as obras que orçam a esse valor são elencadas. V.
Exa. recebe uma crítica, mas entende, na sua sabedoria popular e de parlamento,
que seria o melhor. Apenas digo que a Lei nº 4320 não determina isso, e que no
Plano de Investimentos todas as obras que serão feitas, sejam escolas ou
pavimentações, constam do documento. Obrigado.
O
SR. ERVINO BESSON: Eu agradeço a Vossa Excelência. V. Exa.
até colocou que poderiam ser colocadas as obras, para que possamos estar, junto
com o Executivo Municipal, colaborando com o que for necessário, dialogando com
a comunidade, que nos cobra as coisas. Como a maioria dos Vereadores, eu tenho
dificuldades em dialogar com as comunidades sobre o assunto.
Na página 232, Secretaria Municipal de
Educação, em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Regular-OP, está o valor de
400 reais para manutenção e desenvolvimento do Ensino Regular. É uma discussão
que passou pelo Orçamento Participativo, diz aqui; está claro. Só esse valor?
Eu tenho alguma dificuldade em entender o Orçamento.
Sobre a página 233, Secretaria Municipal
de Educação, em Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Infantil, que também
passou pelo Orçamento Participativo, quero dizer que sabemos que essa área, em
que encontramos crianças, jovens, precisa de investimento forte para que a
Cidade possa acompanhar esses jovens, evitando que fiquem perambulando pelas
ruas da nossa Cidade, que eles possam ter um lugar para estudar, creches onde
ficar, estrutura para que nossos jovens tenham um futuro, uma melhor qualidade
de vida na nossa Cidade. Vejam Vossas Excelências o valor: 300 reais. Eu não
sei o que, sinceramente, o órgão que tem a responsabilidade, o órgão competente
para cuidar das nossas crianças vai fazer com o valor de 300 reais no
Orçamento.
Eu acho que é um valor extremamente
irrisório que não dá para fazer nada, meu caro Presidente. O que o órgão
competente fará com 300 reais para os nossos jovens, para as nossas crianças de
Porto Alegre?
Em Auxílio a Creches Comunitárias há um
valor bastante significativo: 9 milhões e 725 mil reais. Por que a Prefeitura
não especifica quais as creches que vão ser beneficiadas? Além disso, será um
incentivo às comunidades e às pessoas que cuidam dessa creche, porque já sabem
que está orçada num valor “x”. É um incentivo, porque hoje a dificuldade é
tanta para essas creches que lutam com tanta dificuldade, que, graças a Deus,
nós temos acompanhado algumas creches e sabemos que a comunidade as auxiliam
muito.
Por que o órgão competente não especifica
que tem tanto de valor e tanto para determinada creche? Como eu já disse, não
tenho dúvidas, a comunidade acompanha, participa e tem a oportunidade de ver
que também o órgão municipal, a Prefeitura Municipal encaminha recursos para
essas creches.
Portanto, eu acho que no Orçamento
deveríamos, com as colocações dos colegas Vereadores, no próximo ano, trocando
idéias com as pessoas que montam esse Orçamento, pedir que venha mais
especificado, para que possamos ter melhores condições de ler o Orçamento e
entendê-lo. O Orçamento é muito técnico, mas vamos montá-lo de uma forma que o
possamos entender, discutir e colaborar com o Executivo Municipal, porque essa
também é a nossa obrigação.
Por que nós fomos eleitos? Nós fomos
eleitos por uma parcela da população desta cidade de Porto Alegre, e precisamos
ter consciência e obrigação de estar junto com o Executivo Municipal, com o
Prefeito Municipal, para que tenhamos uma qualidade de vida melhor, uma Cidade
melhor para todos. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, nós estamos discutindo o Orçamento, e quando se fala em Orçamento,
fala-se, por assim dizer, na peça essencial, fundamental da Administração, já
que do mesmo constam duas colunas fundamentais: a Receita e a Despesa. A
Receita expressa o conjunto de tributos, transferências, taxas e demais
ingressos que vêm aos cofres públicos; e a Despesa, aquilo que o Município vai
realizar em termos de cumprimentos de obrigações, que já vêm preestabelecidas.
Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a capacidade de manobra do
Administrador, se nós pegarmos o Orçamento em 100%, vamos ver que ele tem a
liberdade de dispor sobre 10%.
Por isso, eu tenho, reiteradamente,
chamado a atenção sobre o denominado Orçamento Participativo, que, na
realidade, tem uma inexpressiva participação no Orçamento. Até porque o
Orçamento incorpora e inclui, aí, seguramente, Ver.ª. Maristela Maffei, 85% do
conjunto da Despesa que já está carimbada, já está comprometida com um dos
itens mais significativos, que é uma despesa com a máquina administrativa, com
os salários, com o funcionalismo e com os demais comprometimentos. Então, resta
uma pequena parcela em que a população opina, e não quer dizer que a população
não deva opinar; a população deve opinar, mas não se pode encher os olhos
dizendo: “Olha, o Orçamento Participativo decidiu essa Peça”. Não,
absolutamente não! Eu diria que não ultrapassa 8%; o volume que as assembléias
são chamadas a discutir é 8%.
A
Sra. Maristela Maffei: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Obrigada, Ver. Elói Guimarães. V. Exa. já expressou a importância
do Orçamento Participativo. Agora, tudo isso que V. Exa. expressa, que é real,
do que significa também o gasto com pessoal, a questão administrativa, enfim,
hoje essa parcela que V. Exa. diz ser insignificante, toda ela tem conhecimento
disso e sabe da questão dos concursos públicos, do pessoal que já está
aposentado, de como se dão essas coisas todas, da questão do plus da tarifa de ônibus; todas essas
questões são discutidas, as pessoas têm conhecimento. Isso, a meu ver, é uma
das questões mais sagradas.
Outra questão, para terminar, e não tirar o seu tempo, Ver.
Elói Guimarães, pois o respeito, é que, na verdade, se V. Exa. for comparar,
por exemplo, com a consulta popular que nós tivemos em nível de Estado, nós
tivemos 50 mil pessoas participando em Porto Alegre, no entanto, na consulta
popular, do Estado, tivemos duas mil trezentos e poucas pessoas. Então, louvo a
sua preocupação de que mais pessoas devam participar. Em relação ao que o
Estado fez, organizou - claro, o Governador pode fazer da forma que ele quiser
-, a população demonstra também, na prática, quando não está gostando das coisas.
Isso ficou muito claro.
Eu acho que nós, Ver. Elói Guimarães,
devemos nos somar. O Orçamento Participativo é algo concreto, está na vida da
Cidade, e V. Exa., pela forma como expressou suas palavras, parece-me que
também vai ajudar, cada vez mais, a chamar essa participação e fiscalizar. Acho
que isso é muito bom. Obrigada.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sou grato a V. Exa., mas quero aproveitar
o ensejo – e é oportuno, Ver. Pedro Américo Leal, já que nós estamos discutindo
o Orçamento -, e trazer à sua dimensão o tal de Orçamento Participativo, que é
um percentual acima de 10%, que é chamado a ser ouvido, a decidir, se é que
decide. Não significa que a comunidade não deva estar participando dos debates
em torno dos seus interesses, aí estamos diante de outra questão. Mas uma coisa
que me chama a atenção é a questão do indexador da Receita e da Despesa,
estabelecido na própria proposta orçamentária, e que nós vamos ter de
aprofundar, porque o Executivo está em débito com o funcionalismo. Vem-se
acumulando todos os meses um percentual que não está sendo cumprido pelo
Executivo. A alegação - discutível - é de se ter atingido o teto estabelecido
pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Os documentos que temos deixam dúvidas;
deixam dúvidas. Então, é preciso que se observe no cumprimento do Orçamento, no
cumprimento da despesa pública exatamente o que está dito, que é o indexador.
Qual é o indexador para o funcionalismo? É exatamente o IGP-M – Índice Geral de
Preços do Mercado - da Fundação Getúlio Vargas. Esse é o indexador da Receita e
da Despesa e tem de ser observado, mormente quando o art. 7º, que regulava, que
estabelecia a mecânica de reajuste salarial, foi declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal. Então, o Prefeito vai ter de observar na conta “funcionário
público, funcionalismo público” exatamente esse indexador, terá de reajustar na
forma desse indexador, até porque não se trata de reajuste, é a inflação. Esses
indexadores apuram a inflação, quanto o funcionalismo perdeu no bimestre
anterior. É reposição, é bom que se diga. Não é ganho, não é ganho real, não
acrescenta, é apenas a reposição da perda salarial em decorrência da inflação.
Terá de ser observado.
Então, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, e
é bom que se diga, nós estamos diante de um quadro econômico preocupante, não é
só a questão do Município, não é só a questão do Estado ou da União, nós
estamos diante de grandes dificuldades. Então é preciso, com relação ao
Orçamento que nós estamos discutindo e, que, evidentemente, será aprovado, nós
termos cuidado com determinadas emendas – e vai aqui a experiência, fala um
Vereador de oposição -, porque, realmente, os indicadores do crescimento
econômico, do PIB (Produto Interno Bruto), para o ano que vem, chegam a ponto
de nos deixar com uma grande expectativa. Nós precisaríamos crescer, no mínimo,
5% ao ano, e os índices estabelecidos para o crescimento econômico do País, por
meio do Produto Interno Bruto, mostram cifras verdadeiramente assustadoras.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos
Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, mais
uma Sessão de Pauta Especial sobre os nossos investimentos, e, lamento não
aproveitar a presença do Cezar Nedel aqui para falarmos sobre saúde. Eu vou
falar a respeito de outros tipos de investimentos, como, por exemplo, obras em
nossa Cidade. Mas antes de iniciar a falar em obras, eu queria falar também
sobre o Orçamento do ano anterior. Há suplementações, neste momento,
praticamente todos os dias. Eu tenho aqui o jornal Diário Oficial de hoje
(Exibe o jornal.) no qual há dois Decretos de suplementações. Um Decreto abre
um crédito suplementar de 2 milhões e 100 mil reais; e outro, de 730 mil reais.
Sabe, Cezar, a que título se fazem essas suplementações? Grande parte com
redução de investimentos, ou seja, a Prefeitura já não investe e agora reduz os
investimentos. E vamos ver: para o primeiro Decreto, o de 2 milhões, há créditos
específicos de alguns fundos, mas está reduzindo o investimento nos esgotos
pluviais. Do pró-saneamento, reduzindo 286 mil reais, e, vejam, senhoras e
senhores, da redução do conduto forçado da Rua Álvaro Chaves, que já deveria
estar mais adiantado, está reduzindo 387 mil reais. Então, acabar com os
alagamentos em Porto Alegre não é prioridade, Ver. Luiz Braz, V. Exa. que lê o
Diário Oficial, isso está aqui. Já lhe dou um aparte, somente vou completar a
análise da segunda redução, de 730 mil reais.
Em Conservação, Ver. Ervino Besson, que
colocou um Projeto aqui sobre esgoto pluvial, estão reduzindo da conservação do
esgoto pluvial 730 mil reais; redução. Então, só sobre os alagamentos estão
reduzindo mais de um milhão de reais.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. João Carlos Nedel, quando o Vereador de oposição vai à
tribuna, ele vai para discutir Orçamento, ao contrário do Vereador da situação,
do Vereador do PT, que sobe aqui apenas para achincalhar governos passados.
Parece que é a única coisa que eles sabem fazer, mas existem pessoas aqui de
muita qualidade que poderiam também vir discutir o Orçamento, só que se negam.
E uma das coisas que gostaria de dizer a V. Exa. é que, quando temos aqui na
Lei do Orçamento, neste Projeto que está aqui, a suplementação de 4,25% de
forma automática, isso precisamos corrigir. Porque, mesmo que esteja na Lei de
Diretrizes Orçamentárias 4,25%, diz: até 4,25%. O Prefeito preferiu mandar aqui
para esta Casa o máximo de 4,25%; demos até 10%, porque esta Casa, muitas
vezes, é muito benévola com o Governo, só que nós, Ver. João Carlos Nedel,
podemos emendar. É uma prerrogativa do Legislativo emendar, e por isso nós
precisamos fazer uma Emenda ou retirando toda a suplementação ou colocando uma
suplementação menor para que nós possamos ter o controle do Orçamento, que é
executado pela Prefeitura Municipal.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Vossa Excelência tem toda a razão,
somente no Diário Oficial de hoje há, praticamente, 3 milhões de reais de
suplementação, hoje, dia 13 de outubro, no jornal de hoje. Mas, como o Vereador
Luiz Braz falou, eu sou Vereador de Porto Alegre, discuto o Orçamento de Porto
Alegre.
Vamos falar um pouco sobre as obras da
Secretaria Municipal de Obras e Viação. Está previsto um investimento, para o
ano que vem, de 64 milhões, um bom valor. Só que aproximadamente 40 milhões de
reais são de financiamentos que a Prefeitura está recebendo do BNDES, do BID,
do FONPLATA e do FUNDOPIMES. Vamos dar uma olhada. Do BID, 18 milhões de reais
para complementação das obras da Perimetral. Para reconstrução de vias
deterioradas - nós vimos, todos os dias, vias deterioradas, é só andar por aí
-, meu caro Cezar, cem mil reais para a reconstrução de vias deterioradas; isso
não dá nem para tapar buraco! Para pavimentação das estradas municipais, 2
milhões e 600. Para vias estruturais, 135 mil reais - também não dá para nada;
vias estruturais, que ligam bairro a outro bairro, vila com vila, 135 mil
reais! Para complementação da Av. Bento Gonçalves, financiamento do BNDES - um
saldo -, 660 mil reais. Para vias urbanas, 3 milhões. A parte da Prefeitura que
vai entrar para a Perimetral - ela deixa para completar a parte dela mais para
o fim - é de 11 milhões de reais. Para o alargamento da Av. Wenceslau Escobar,
também com financiamento do FUNDOPIMES, do Governo do Estado, 2 milhões de
reais. E 4 milhões e meio para a Pista de Eventos. É um investimento
importante: 4 milhões, ou seja, o dobro da conservação de todas as ruas de
Porto Alegre. E assim vamos indo.
Mas uma coisa que me chamou a atenção são
as verbas da Secretaria do Meio Ambiente, também insuficientes porque ela tem
grandes investimentos. Vejam, meus senhores e minhas senhoras, para praças e
jardins está previsto um gasto de 13 milhões reais. Mas todo o mundo vai ficar
satisfeito, vamos investir em praças 13 milhões de reais! Não é bem assim.
Acontece que só em pessoal da Secretaria Municipal do Meio Ambiente são 11
milhões, sobram 2. Só em outras despesas, conservação da própria Secretaria,
vales-transporte, outros, 1 milhão e 400. Sabe quanto sobra para investir em
praças, Ver. Cassiá Carpes? V. Exa. que cuida muito do meio ambiente, do setor
de esportes, sabe quanto sobra dos 13 milhões de reais, de praças? Nove mil
reais! Não são 9 milhões... Nove mil reais! Parece que estão brincando. Sobre o
“Guaíba Vive” vamos aplicar 12 mil e 500 reais, e, desses 12 mil e 500 reais,
vamos gastar em despesas 11 mil e 500 reais. Sabe quanto vamos investir no rio
Guaíba? Mil reais. Nós precisamos analisar detidamente para que essas
discrepâncias, essas aberrações não continuem mais. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Passamos à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª
SESSÃO
PROC. 5067/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 375/03, de autoria do
Ver. João Bosco Vaz, que declara de utilidade pública a Associação dos
Moradores da Vila Nova Esperança.
PROC. 5300/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 093/03, de autoria do Ver.
Cassiá Carpes, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” à Banda da
Saldanha Marinho.
PROC. 5345/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 042/03, que institui no
Município de Porto Alegre a Contribuição para Custeio da Iluminação Pública
prevista no artigo 149A da Constituição Federal.
PROC. 5346/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 008/03, que altera a redação do § 3.º do art. 5.º da
Lei Complementar 478, de 26 de setembro de 2002 e dá outras providências.
(PREVIMPA)
2.ª
SESSÃO
PROC. 4343/03 – PROJETO
DE DECRETO LEGISLATIVO N.º 001/03, de autoria do Ver. Wilton Araújo, que susta o
§ 1.º do art. 2.º do Decreto n.º 12.243, de 8 de fevereiro de 1999, com a
redação dada pelo Decreto n.º 12.345,
de 24 de maio de 1999, e seus efeitos.
PROC. 4531/03 – PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 349/03, de autoria do Ver.
Sebastião Melo, que dispõe sobre a obrigatoriedade de o Município de Porto
Alegre indenizar as vítimas de acidentes resultantes de alagamentos nas vias
públicas, quando preenchidos os requisitos exigidos nesta lei.
PROC. 5005/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 369/03, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre ao Pastor Carlos Walter Winterle.
PROC. 5221/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 092/03, de autoria do Ver.
Wilton Araújo, que concede o prêmio artístico “Lupicínio Rodrigues” ao Grupo de
Pagode Sem Comentários.
3.ª
SESSÃO
PROC. 0817/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 001/03, que altera o art. 3.º da Lei Complementar
444, de 30 de março de 2000 e dá outras providências. (Conselho Municipal do
Idoso)
PROC. 2841/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 138/03, de autoria do
Ver. Wilton Araújo, que denomina Rua Santos Zottis um logradouro público
não-cadastrado, localizado no Loteamento Nova Ipanema III.
PROC. 4462/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 083/03, de autoria do Ver. Dr.
Goulart, que concede o Prêmio Destaque Atlético à Ginasta Daiane dos Santos.
PROC. 4684/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 085/03, de autoria do Ver.
João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético à
Professora Adriana Rita Alves.
PROC. 4691/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 361/03, de autoria do
Ver. Haroldo de Souza, que obriga os grandes supermercados e shopping-centers
do Município a colocarem à disposição dos clientes serviço de segurança armada
nos seus estacionamentos.
PROC. 4977/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 367/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Diógenes Sobrosa de Souza um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 5018/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 371/03, de autoria do
Ver. Carlos Alberto Garcia, que denomina Rua Bispo Sady Machado da Silva um
logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Sarandi.
PROC. 5038/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 373/03, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, que altera
a Lei n.º 7.855, de 25 de setembro de 1996, e alterações posteriores, que
oficializa, no âmbito do Município, a Semana Farroupilha e dá outras providências.
PROC. 5039/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 374/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Walter Nunes Aguiar um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 5099/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 376/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Oscar Prates Torma um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 5101/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 377/03, de autoria do
Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Sérgio de Almeida Brandão um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC. 5172/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 378/03, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que denomina Praça Vilmar Berteli um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
PROC. 5197/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 379/03, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto
Alegre a Antônio Gilberto Lehnen.
PROC. 5209/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 088/03, de autoria do Ver.
Beto Moesch, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre
ao Sr. Luiz Vicente Vieira Dutra.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: O Ver. Elias Vidal está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a palavra
para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Juarez Pinheiro está com a
palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Exmo. Ver. João Antonio Dib, Sr.ªs
Vereadoras e Srs. Vereadores, no período de 1ª Sessão de Pauta há Projetos
significativos, tanto os deste Parlamento como os encaminhados pelo Governo
Municipal, por meio do Poder Executivo, logicamente. Nós queremos chamar
atenção, já que veio à colação este debate, que, juntamente com essa matéria
que está em primeiro dia de Pauta que trata da questão do PREVIMPA, está nesta
Casa um Projeto de Lei que passou por uma ampla discussão no Conselho de
Administração do PREVIMPA, possivelmente também pelo seu Conselho Fiscal, e que
trata da alíquota de 11% a ser descontada dos senhores trabalhadores municipais
que compõem o quadro efetivo do
Poder Público Municipal, seja Poder Executivo ou Poder Legislativo.
Nós queremos aqui chamar atenção para
alguns avanços significativos que este Projeto contém; chamar a atenção de que,
tanto no regime de capitalização, quanto no regime de caixa, fica estabelecido
o percentual de dois por um, ou seja, a cada contribuição dos servidores
corresponde uma duplicidade do Poder Executivo. Isso não constava da Lei que
aprovamos no ano passado, e é um avanço no sentido de darmos mais garantias
para a sustentabilidade do sistema.
De outra parte, queremos chamar a atenção
para o percentual de 11%, que foi apurado por duas empresas especializadas em
cálculo atuarial. Desse percentual, 1% vai para um fundo de reserva, para que
na eventualidade de qualquer problema no pagamento de servidores inativos e
pensionistas possa, ocasionalmente, utilizar-se desse fundo. Isso era uma
requisição que faziam os trabalhadores municipais, no sentido de dar uma maior
sustentabilidade ao sistema.
Nós sabemos que a reforma, que ainda não
chegou ao seu final no Congresso Nacional, estipula um percentual, de acordo
com o que foi aprovado na Câmara Federal, de, no mínimo, 11%.
O valor constante do Projeto municipal
não se baseou nesse percentual e, talvez, se já estivesse implementada a
Previdência, pudesse ser até menor. Mas isso não é possível, já que o
legislador federal estipulou o valor mínimo em 11%. Essa é uma matéria que foi
discutida pelos representantes dos trabalhadores, que compõem hoje aquele
organismo, a Autarquia Municipal, seja pelo Conselho de Administração, seja
pelo Conselho Fiscal. De qualquer sorte, é uma discussão que vai permear os
debates nesta Casa, e o objetivo é que venhamos a dar sustentabilidade.
Eu tenho um entendimento - crítico que
fui, e escrevi isso, Ver.ª Margarete Moraes - em relação à Reforma da
Previdência, acho que o resultado final, na pior das hipóteses, fez com que
aqueles trabalhadores, que já estão no Serviço Público, que ingressaram com uma
regra, tenham mantidas, mesmo que na forma da Lei, a questão da integralidade e
a questão da paridade. E a existência de um sistema próprio para os servidores municipais,
constituído quase de forma pioneira nesta Cidade, com a participação dos
trabalhadores municipais na sua composição, inclusive tendo diretores,
parece-me que foi muito importante, no sentido de que Porto Alegre mantenha
para seus trabalhadores um sistema que seja plausível, adequado, que tenha
sustentação e que tenha, portanto, essa democracia na sua gestão. Há um
Presidente escolhido pelo Prefeito, mais dois diretores - Previdenciário e
Administrativo -, representantes dos trabalhadores municipais, e eleitos por
esses, por intermédio dos seus Conselhos.
Esse é um debate que está colocado nesta
Casa, um debate importante, e essas alterações já constam, inclusive, do
Orçamento que foi encaminhado, há pouco tempo, a esta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Sebastião Melo
está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente, em representação. O
Ver. Ervino Besson está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
Desiste. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
(Pausa.) Desiste. Não há mais inscritos. Encerrada a Pauta.
O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, eu queria destacar aqui, rapidamente, um assunto a respeito do
Programa Fome Zero. Essa campanha que o Governo estabeleceu e que a sociedade
brasileira está esperando um balancete, porque esse Fome Zero foi lançado há
algum tempo e está igual à história da Conceição: “Ninguém sabe, ninguém viu”.
Queremos saber onde está esse dinheiro e quanto está sendo entregue às
famílias? O que essas famílias estão fazendo com esse dinheiro, se há uma
fiscalização para saber se esse dinheiro realmente está sendo dirigido ao Fome
Zero.
Mas, enquanto se faz, no Governo Federal,
uma campanha do Fome Zero, eu encontro o Comitê Porto Alegre Contra a Fome e a
Miséria, que tem uma ação de despejo para ser cumprida nesta terça-feira. O
Comitê Contra a Fome de Porto Alegre, situado na Júlio de Castilhos, estará na
Tribuna Popular, na próxima quarta-feira. Na sexta-feira passada, eu fui
procurado por integrantes desse Comitê. Eu consegui dois advogados, para que
eles tentassem pelo menos prorrogar essa ação de despejo. Não sou advogado, não
sei se isso é possível; não sei se conseguiram, mas eu acho que sim.
Eu queria pedir desta tribuna e deste
plenário, à Ver.ª Margarete Moraes, que neste momento intercedesse junto à
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, para que tomasse conhecimento se a
Prefeitura realmente mantém o despejo do Comitê Contra a Fome. Senão há uma contradição,
pois, enquanto o Governo Federal faz a campanha do Fome Zero, a Prefeitura
Municipal de Porto Alegre vai colocar na rua muitas pessoas que dependem do
Comitê Porto Alegre Contra a Fome e Contra a Miséria. Essa contradição poderia
ser esclarecida.
Ainda a respeito de o povo brasileiro
alimentar-se, Ver. Pedro Américo Leal, a revista Veja, desta semana, traz um
texto do problema que vem de dentro. Se a Reforma Tributária apresentada pelo
Governo e que tramita no Senado Federal for aprovada do jeito que está, nós
teremos aumento nos produtos básicos do povo brasileiro.
O povo brasileiro tem, na sua cultura, o
arroz, feijão, carne, leite, a batata, se possível, como seus alimentos
básicos. Então, se essa Reforma Tributária for aprovada, o feijão ficará mais
caro 7%; o arroz, que é companheiro do feijão, ficará mais caro 10%; a carne
bovina ficará mais cara 7%, o complemento, às vezes, para o arroz com feijão;
se for possível para um cafezinho da manhã, o leite, que ficará mais caro 12%;
a batata, para fazer uma batatinha frita com carne, arroz e feijão, ficará mais
cara 16%.
E aí eu pergunto: onde é que está a
lógica do Governo, que ora está comandando este País, quando estabelece uma
campanha do Fome Zero, apresenta uma Reforma Tributária que vai sobrecarregar
os preços dos principais alimentos do povo brasileiro, que são o arroz, o
feijão, a carne, o leite e, talvez, a batata? Como é que nós podemos entender a
ação do Governo em cima disso tudo? Passará no Congresso essa Reforma
Tributária? E já disse o Antônio Palocci, que nós não nos enganemos, que não é
por causa da Reforma Tributária. Mas nós vamos pagar, sim, mais de impostos,
mais de tributos. E aí eu pergunto: essa é a cara do PT no Governo Federal?
Esse é o Governo que pregou, ao longo dos anos, a defesa irrestrita e direta do
povo brasileiro? Para defender o povo do jeito que está defendendo, o PT,
poderíamos continuar com os governos anteriores que foram iguais a este que aí
está, pedindo a benção ao FMI, dando de “mão beijada” tudo o que é possível
para os banqueiros e agora estabelecendo também, na Reforma Tributária, aumento
daquilo que é essencial no prato de todos nós brasileiros: o arroz, o feijão, a
carne e o leite. “Durma-se com um barulho desses”. Ou se acredita, então, no
Governo que está governando este País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver.
Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras e público que nos acompanha pela TV Câmara. O
Governo Lula tem demonstrado ao País que é possível se fazer um Governo,
garantindo, primeiro, o que foi mais atacado ao longo do Governo Fernando
Henrique, a soberania nacional, Ver. Pedro Américo Leal. A capacidade de ir à
ONU e enfrentar, de frente, o império americano; a capacidade de participar dos
encontros internacionais; enfrentar, de frente, o G-8; criar um grupo dos
países do chamado Terceiro Mundo ou dos países periféricos - como gostam os
capitalistas - para enfrentar, por exemplo, a questão da agricultura e dos
subsídios. É possível fazer um País que diz não à Base de Alcântara; é possível
fazer isso, dizendo não à Guerra do Iraque; é possível fazer isso, também,
enfrentando a ALCA, primeira conseqüência do Governo Lula.
A segunda conseqüência do Governo Lula: é
possível fazer-se uma transição econômica em que é garantido o equilíbrio no
País, que muitos diziam que não haveria com o Governo Lula, e o que nós temos
agora é um controle da inflação, um controle dos preços, um controle da taxa de
juros, que, no Governo Fernando Henrique, Ver. Cláudio Sebenelo, chegou a 49%.
Eu vou repetir, Ver. Cláudio Sebenelo: não são os 20% que temos agora e nem os
26% com que assumimos, mas são 49% a que chegou a taxa de juros no Governo
Fernando Henrique. É possível fazer isso chamando uma questão social importante
como o Fome Zero, quando todos os problemas sociais não tinham sequer uma
articulação. E, como nós acompanhamos, há pouco tempo, na televisão, inclusive
alguns programas sociais do Governo Fernando Henrique eram delegados a
lotéricas, que desviavam o dinheiro para aqueles que mais precisavam, pagavam a
metade do benefício.
É possível concentrar isso, é possível
organizar uma nova estrutura e é possível enfrentar a questão do Fome Zero,
porque criticar o Fome Zero é o papel mais simples que se pode fazer. Propor o
Fome Zero, se dedicar a ele e construir alternativas, esse é o papel do Governo
Lula. Esse é o papel mais difícil, isso não se faz da noite para o dia, isso é
demorado, isso é um desafio, mas é um desafio que nós enfrentamos de frente e
de pé.
Fazer a crítica é muito simples. Estavam
no Governo e não fizeram nada; faz-se a proposta, agora, e aí se critica. Nós
vamos enfrentar isso, mas enfrentamos mais: nós enfrentamos as Reformas; vamos
fazer a Reforma da Previdência; vamos fazer a Reforma Tributária, que garante a
cesta básica - ao contrário do que o Ver. Haroldo de Souza disse - mais barata.
Mais do que isso, Ver. Pedro Américo Leal: aqueles que têm grandes fortunas nós
queríamos taxar mais. Nos Estados Unidos pagam 25% de imposto sobre grandes
fortunas; pois, aqui, o PFL não deixou votar isso e conseguiu retirar da
proposta do Governo a taxação das grandes fortunas. Claro que o PFL não quer
mais impostos: não quer mais impostos para os ricos, porque foi isso que eles
defenderam e isso que eles conseguiram derrotando a proposta do Executivo, do
Governo Lula de taxar as grandes fortunas. Mas nós fizemos mais: nós fizemos inclusão
social, nós debatemos a questão da mulher, a questão do negro.
Esse é o balanço do Governo Lula com 10
meses ainda nem completos de Governo.
Esse é um Governo que avança em todas as
áreas, da articulação política, da construção social, da construção econômica.
Esse é um Governo sério e que consegue manter a economia estabilizada; esse é
um processo de transformação pelo qual o Brasil vai passar, e nós vamos
enfrentar ainda muitas reformas; a Reforma Agrária é urgente, e vamos enfrentar
a Reforma Agrária de frente, inclusive fazendo a nossa parte. O Ministro Miguel
Rossetto já disse que vamos colocar as terras do Governo à disposição da
Reforma Agrária. É isso. Não só cobrar o papel da sociedade, mas isso é o
Governo fazer a sua parte; esse é um Governo que enfrenta, de pé e de frente,
as questões que importam ao nosso País e as questões que são urgentes para a
transformação do nosso País. Esse é o Governo Lula, essa é a diferença.
Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio
Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, se não
fosse a elegância permanente do Vereador Líder do Partido dos Trabalhadores,
Marcelo Danéris, em todos os sentidos, eu não traria aqui uma reportagem do
jornal Folha de São Paulo de hoje: Eduardo Jorge, ex-PT, saindo do PT e indo
para o Partido Verde, ex-petista, diz que a diminuição do Orçamento é um golpe
contra a Saúde. Dito pelo Partido dos Trabalhadores.
José Stédile, outro dia, dizia para todo
o Brasil que o Governo Fernando Henrique assentou um número muito maior de
famílias do que as 2.500 famílias que, em 10 meses, o Lula assentou; eram 50
mil por ano.
Pois, desgraçadamente, eu viro a página
do jornal, Ver. Marcelo Danéris, e vejo: “Recursos da Educação não seguem
arrecadação”. E eu até vou ler um trecho para vocês ouvirem: (Lê.) “Na
quarta-feira, Dia do Professor, 120 organizações civis promovem atos em defesa
da educação em todos os Estados brasileiros”.
Por falar em soberania, Ver. Marcelo
Danéris, a Dona Asma Jahangir, indiana, a chamado do Presidente Lula, vem fazer
uma inspeção aqui no Judiciário; por falar em empregos, em 10 meses dobrou o
número de desempregos no País; o País parou. Eu convido os Vereadores a irem
aos shopping centers de Porto Alegre,
a freqüentarem o comércio dos grandes eixos de avenidas ou de perimetrais; o
número de casas com falência, hoje, no Shopping Iguatemi, no Praia de Belas, é
assustador. As casas tradicionais de Porto Alegre desapareceram de uma hora
para outra. “Olha, no mês passado eu vim aqui nesta casa, não, não existe
mais”. O País parou.
E a gente ouviu esse discurso dos alegres
rapazes do Partido dos Trabalhadores do País inteiro, dizendo que está tudo
bem, que está uma maravilha. Vocês ouviram, hoje, aqui, a Tribuna Popular.
Pois, desgraçadamente, o Dr. Eduardo Jorge diz que há um corte na Saúde para
este ano de 13 e meio bilhões, e nós aqui preocupados em fazer CPI da Saúde,
Ver. Wilton, a saber de onde é que vem toda essa catástrofe, esse caos
verdadeiro da Saúde em Porto Alegre, essa desumanização das relações, quando as
pessoas perdem o direito a um leito; quando perdem o direito a uma consulta
especializada, quando perdem o direito a ter um posto de saúde próximo às suas
casas. Agora está tudo explicado.
Quanto a esses dez meses que passaram,
hoje, candidamente, bem- humoradamente, o Presidente Lula diz que, até agora,
não cumpriu 1% daquilo que pretendia fazer.
E eu me solidarizo com o Ver. Marcelo
Danéris, que tem de vir aqui defender todas essas questões, pois há um lado
carente da vida dizendo que sim, e esse Presidente dizendo que não. Essa
contradição, essa ambigüidade, essa verdadeira farsa que o País inteiro está
sofrendo...
E esta imprensa aqui não é uma imprensa
do Fernando Henrique (Mostra exemplar do jornal Folha de São Paulo.) Olha, o
que falou de mal do Sr. Fernando Henrique foi uma loucura, e, agora, o País
inteiro está começando a sentir uma imensa saudade de como nós éramos felizes
naquela época do Fernando Henrique. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Elói Guimarães
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu acho,
penso que se perdeu uma grande oportunidade e, até certo ponto, fica
comprometido, Ver. Wilton Araújo, o Prêmio Nobel pela Paz, embora com todo o
reconhecimento à pessoa escolhida, por não ter-se dado ao Papa João Paulo II, o
nosso Karol Wojtyla, Cidadão de Porto Alegre por iniciativa do Ver. Rubem
Thomé.
Até diria que o Papa não pode esperar.
Quem acompanha, quem está acompanhando o verdadeiro calvário de Sua Santidade,
sabe que S. Exa. não pode esperar. Prestou, ao longo do seu Pontificado, um
enorme, fantástico trabalho pela paz. Viajou pelo mundo; no Brasil, esteve em
duas ou três oportunidades; andou pelo mundo pregando a paz, simbolizando a
paz, na defesa da paz.
Agora, se oportuniza a escolha do Prêmio
Nobel pela Paz, o seu nome foi mencionado, foi cogitado, e não recebe o Prêmio
Nobel pela Paz, S. S. João Paulo II.
Acho que perde um pouco esse título -
nobiliárquico, é bem verdade, mas importante; perde um pouco a sua razão de
ser. Nada que possa comprometer a pessoa que recebeu, mas eu acho que Sua
Santidade, João Paulo II, Karol Wojtyla, não pode esperar. Quem acompanha o seu
sacrifício, a sua luta sabe perfeitamente das grandes dificuldades que tem Sua
Santidade.
Eu quero, aqui, manifestar, em nome do
PTB, em Liderança, o sentimento por ter-se perdido essa oportunidade de se
fazer concreta, objetiva e verdadeira justiça a uma das grande figuras que tem
uma relação especial com esta Casa. Então, o discurso decorre também da relação
que ele tem com a Cidade de Porto Alegre, Ver. João Antonio Dib, Cidadão de
Porto Alegre - o nosso Papa - e que por todos os títulos era merecedor, sim,
desse Título de Prêmio Nobel da Paz, por tudo que tem feito, com enorme
sacrifício, na defesa da paz.
Então, perdeu-se uma grande oportunidade.
E volto a colocar: ele não pode esperar, dadas as dificuldades que Sua
Santidade vem enfrentando.
Então, queremos da tribuna manifestar a
nossa preocupação, a nossa estranheza pelo fato de Sua Santidade não ter sido
escolhido neste ano como Prêmio Nobel da Paz por tudo que tem feito, por tudo
que tem realizado para a humanidade. Só no Brasil Sua Santidade esteve duas ou
três vezes; na primeira oportunidade recebeu o Título, conforme já referi, da
Câmara Municipal de Porto Alegre, entregue pelo Prefeito de então, Socias
Villela, um título concedido pelo Ver. Rubem Thomé. Tivemos a honra, Ver. João
Antonio Dib, de estar junto naquela memorável celebração de entrega do referido
Título. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
A Mesa coloca em votação o Requerimento
nº 187/03, de autoria do Ver. Raul Carrion, para representar a Casa na condição
de Delegado, que foi escolhido, da área metropolitana, na Conferência Nacional
das Cidades, de 23 a 26 de outubro. A Mesa, reunida, entendeu que era
conveniente mandar mais de um Vereador, que será escolhido pela oposição.
Portanto, nós estamos colocando em
votação a representação de dois Vereadores, que representarão esta Casa,
representarão o posicionamento desta Casa em Brasília, nos dias 23 a 26 de
outubro, com passagens e três diárias para cada um.
Em votação o Requerimento nº 187/03, de
autoria do Ver. Raul Carrion, adendado pela Mesa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 4719/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 040/03, que autoriza o Poder
Executivo Municipal, através da Fundação de Assistência Social e Cidadania –
FASC, a firmar contrato de colaboração financeira não reembolsável com o Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, para financiamento do
Projeto Integrado de Atenção a Crianças e Adolescentes em Situação de Risco Social
nos Municípios da Grande Porto Alegre, e dá outras providências. Urgência.
Parecer Conjunto:
- da CCJ, CEFOR,
CECE, CEDECONDH, COSMAM. Relator-Geral Ver. Pedro Américo Leal: pela
aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº
040/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
A Mesa não tem em mãos o documento
firmado pelas Lideranças, mas a Diretoria Legislativa nos assessora aqui. Vossa
Excelência entregou, mas a Mesa extraviou. Agora voltou a nossa Secretária, e
está em nossas mãos.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 3589/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 064/03, de autoria do Ver.
João Bosco Vaz, que concede o título honorífico de Líder Comunitária à Lúcia
Oliveira Martins Castêncio.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 08-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR nº
064/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. 2197/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 100/03, de autoria do
Ver. Juarez Pinheiro, que altera a denominação da Travessa Celso Afonso Soares
Pereira para Travessa Hélio Dias. Com
Emenda n.º 01.
Parecer:
- da
CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01.
Observações:
-
para aprovação voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, IV, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
01-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
100/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.)
O
SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Apenas consulto, Sr.
Presidente, a Diretoria Legislativa e V. Exa., tratando-se de uma alteração de
nomes de logradouros, se não há necessidade de um quórum qualificado.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Há, sem dúvida
nenhuma, necessidade de um quórum qualificado. No entanto, a Mesa colocou
apenas em votação, se alguém quisesse encaminhar, especialmente Vossa
Excelência...
O
SR. JUAREZ PINHEIRO: Não, não vou discutir. Os Vereadores já
conhecem o Projeto. Nem vou encaminhar, Sr. Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Então, em votação
nominal o PLL nº 100/03. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 24 votos SIM, pela unanimidade.
Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLL
nº 100/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADA por unanimidade.
Vinte e sete votos favoráveis.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2905/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 056/03, de autoria do Ver.
Aldacir Oliboni, que concede o título honorífico de Cidadão Emérito de Porto
Alegre ao Senhor Eduardo Beck Paglioli.
Pareceres:
- da
CCJ. Relatora Ver.ª Margarete
Moraes: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relatora
Ver.ª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 06-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR nº
056/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por
27 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. 2535/03 –
PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 051/03, de autoria dos
Vereadores Luiz Braz, Haroldo de Souza e Reginaldo Pujol, que concede o título
honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Enio Roberto Dias dos
Reis.
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável de dois terços dos membros da CMPA - art. 82, §
2.º, V da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 01-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PR nº
051/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação nominal. (Pausa.)
(Após a apuração nominal.) APROVADO por
27 votos SIM.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2331/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 019/03, que revoga a
declaração de utilidade pública do Centro de Umbanda Tupinambá, estatuída pela
Lei n.º 3.605, de 23 de dezembro de 1971.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela
aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relatora
Ver.ª Maria Celeste: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 08-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº
019/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 0738/01 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 019/01, de autoria
do Ver. Cassiá Carpes, que autoriza o
Executivo Municipal a colocar equipamentos com o objetivo de identificar e
estabelecer limites entre os bairros no Município de Porto Alegre. Com Emenda n.º 01.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D'Avila: pela rejeição do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CEFOR. Relator
Ver. João Bosco Vaz: pela aprovação do Projeto e da Emenda n.º 01;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda n.º 01;
- da CECE. Relator
Ver. Marcelo Danéris: pela aprovação do Projeto e rejeição da Emenda n.º 01.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 30-04-03;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
019/01. (Pausa.) O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para discutir.
O
SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs.
Vereadores, público que nos acompanha aqui, eu queria dialogar, em especial,
com o Ver. Cassiá Carpes, que é o proponente do Projeto, porque eu vou
desconsiderá-lo, já que se trata de um Projeto autorizativo. Vossa Excelência
sabe que nós temos uma posição contrária aos projetos autorizativos, temos um
problema de legalidade, mas não quero-me apegar a isso; eu quero fazer um
debate sobre a questão de mérito.
O seu Projeto pretende que o Executivo
Municipal informe onde começa um bairro e onde ele termina, isso é, que dê os
limites dos bairros de Porto Alegre, Ver. Luiz Braz.
Só que nós temos um problema aqui, e, por
isso, eu vou pular a parte autorizativa, Ver. Luiz Braz - que defende projetos
autorizativos -, porque, no mérito, ele já tem problema. Qual é o problema? Nós
temos um Projeto do Executivo, Ver. Cassiá Carpes, que propõe a discussão dos
limites de bairros, que parte da Cidade pertence a que bairro. Há um debate de
longa data aqui na Câmara - há 4 anos, me informa a assessoria da Bancada -, há
4 anos há a discussão sobre os limites dos bairros de Porto Alegre.
Veja bem! Nós, aprovando o seu Projeto,
mesmo que ele já não tivesse problema por ser autorizativo, nós teríamos de
informar, em toda a Cidade, onde começa cada bairro, Ver. Luiz Braz, sendo que,
logo após a votação do Projeto do Ver. Cassiá Carpes, nós teríamos de votar um
do Executivo que remodela a questão dos limites dos bairros. Portanto, nós
teríamos de refazer esses limites.
Não é inoportuno o Projeto; o problema é
uma questão de tempo. Para nós o importante é primeiro votarmos onde estão os
bairros, quais são eles e o que pertence a cada um, que é o que a comunidade já
veio aqui, na Câmara de Vereadores, discutir e pedir para que os Vereadores
votassem. Senão, nós votamos o Projeto do Ver. Cassiá Carpes e, levando em
consideração que seria feito, apesar de ser autorizativo, colocamos as placas
com os limites dos bairros; depois, votamos o Projeto do Executivo que dá novas
limitações aos bairros e, então, teríamos de refazer todas as placas com os
limites.
Logo, para que a discussão tenha uma
ordem correta, o importante, agora, é que nós possamos votar os limites dos
bairros, que é o Projeto do Executivo Municipal, Ver. Luiz Braz. Se nós
pudermos fazer esse debate, e é um debate acalorado, nós já sabemos. Temos
Vereadores e Vereadoras aqui que têm posições diferentes sobre onde começa um
bairro e onde termina outro; existem Vereadores que trabalharam, ao longo de
sua trajetória política, num determinado bairro e estão defendendo que seus
limites fiquem os mesmos; outros querem que uma parte de um outro bairro faça
parte do seu. Há vários interesses envolvidos nos limites de bairro. Mas é
importante que, primeiro, a gente possa limpar esse debate: quais são os
limites de bairro, quais são os bairros que temos em Porto Alegre. Feito isso,
teremos de discutir como sinalizar melhor, até porque, se há alteração no
limite de bairro, é óbvio que a população precisa ser informada de quais são esses
novos limites. Mas não dá para fazer anteriormente o debate de colocar agora a
placa do limite do bairro, depois discutir qual é o limite do bairro e depois
recolocar todas as placas e refazer todo o debate.
Portanto, Ver. Cassiá Carpes, é por isso
que quero tratar esse assunto com toda tranqüilidade, seriedade, com o respeito
que V. Exa. merece, exatamente porque nós queremos propor uma ordem nesse
debate, que coloque o Projeto do Executivo sobre os limites de bairro na Pauta
prioritária aqui da Câmara; que a gente possa discutir, primeiro, o limite dos
bairros. Feito isso, como vamos sinalizar? Será um Projeto autorizativo? Será
um novo Projeto do Executivo? Será um Projeto conjunto entre Legislativo e
Executivo? Podemos ver as alternativas, mas o importante é saber qual é o
bairro e a que parte pertence da Cidade.
Um equipamento público, Ver. Luiz Braz, a
praça está dentro de que bairro, porque pode haver alterações e os equipamentos
públicos que hoje pertencem a um bairro pertencerem a outro. E equipamentos
privados também; vamos falar dos shoppings
centers, que muitos querem ter um dentro do seu bairro, e pode haver
alterações. Então, nós precisamos primeiro saber os limites dos bairros, para
depois podermos sinalizar.
Acho que esse é o processo mais correto e
mais sensato que a Câmara de Vereadores pode fazer no debate sobre limites de
bairros.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A matéria continua em
discussão; no entanto, a Mesa desejaria lembrar que muitos dos bairros da
Cidade já estão sinalizados.
O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para discutir o PLL nº 019/01.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu ouvi
a explanação do Líder do Partido dos Trabalhadores de que esse Projeto está
sendo adiado há 5 anos na Casa, portanto eu nem estava aqui, nem o próprio
Vereador estava, muitos aqui não estavam nesta Casa. Mas o objetivo deste
projeto autorizativo, que é uma confusão, se nós temos condições, o Ver. Luiz
Braz coloca muito bem, às vezes nós não sabemos, porque uma hora não temos
poder para fazer projeto autorizativo, outra hora não podemos colocar onde o
Executivo possa ter o objetivo financeiro, e assim vai. Então, nós estamos
sempre limitados às nossas ações. Muita gente pensa na Cidade: “Olha, o
Vereador faz isso, faz aquilo”. A gente faz muito pouca coisa. Em primeiro
lugar, quando é aprovado um projeto, o Prefeito tem de sancionar; muitas vezes
não sanciona; outras vezes sanciona e a secretaria tal, como é o caso
específico da Semana de Conscientização Contra as Drogas, que foi sancionada
pelo Prefeito, mas a Secretária de Educação, a nossa ex-colega, Sofia Cavedon
não coloca em prática. Então, nós ficamos de mãos amarradas.
Mas eu quero deixar bem claro aqui qual o
objetivo deste Projeto. O objetivo é que nós, freqüentemente, estamos em um
bairro e não sabemos qual o bairro em que estamos. Não tem nada que o
identifique. O objetivo é que coloquem uma placa, um pórtico, um outdoor que o identifique. Imaginem,
Vila Nova: qual é a peculiaridade do bairro Vila Nova? É o bairro do pêssego.
Há vários aspectos. Bairro Menino Deus, cidade miscigenada, com seus inúmeros
bares e restaurantes. Bairro Anchieta, bairro industrial; Ipanema, o lugar com
o mais belo pôr-do-sol; Belém Novo, rico pela sua diversidade e potencial
turístico. E assim vai, cada bairro com a sua peculiaridade. Não tem objetivo
específico de limitar os bairros e sim identificá-los, por meio de uma
associação empresarial, por meio de uma associação de bairro, que possa
valorizar o seu bairro. Às vezes tem umas plaquinhas feias na entrada de um
determinado bairro, e a gente não sabe qual é o bairro. O objetivo é a
valorização do bairro, que a comunidade se mobilize para identificar, valorizar
o ponto peculiar do bairro. As placas que eu vejo ultimamente estão fixadas
quando começa o bairro: “De agora em diante aqui está identificado o bairro
Teresópolis; aqui o bairro Nonoai, em seguida o bairro Cavalhada”. O objetivo é
dar liberdade para as associações comerciais, empresariais, comunitárias para
valorizarem o seu bairro com um pórtico, Ver. Pedro Américo Leal, que
identifique o bairro com carinho, com profundidade, valorizando aquela
comunidade: “Olha, aqui o bairro tal, o bairro do pêssego”. Será que nós
teremos sempre que dizer que é o bairro tal? Não, tem de estar lá, um pórtico,
um outdoor estabelecido, financiado
pela própria comunidade. O Executivo não terá gasto. Quem quiser, coloca; quem
não quiser, não coloca.
Ver. Ervino Besson, a valorização do
bairro é importante, assim como se identifica, por exemplo, um condomínio tal,
assim como se identifica o Estádio Beira-Rio, o Estádio Olímpico. É isso que
nós queremos, é a valorização do bairro.
O
Sr. Ervino Besson: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Ver. Cassiá Carpes, eu
concordo em gênero, número e grau com a sua excelente idéia. Acho que esta
Câmara tem de aprovar este Projeto e não só isso, o Executivo vai ter de
sancionar o Projeto e pô-lo em prática. V. Exa. está extremamente certo com o
seu Projeto. A população precisa saber do seu bairro, da sua cidade, e não
sabe. Existem pessoas que moram em alguma localidade desta Cidade e não sabem
nem em que bairro estão morando. Saúdo e parabenizo V. Exa. pela brilhante
idéia.
O
SR. CASSIÁ CARPES: Isso vai fazer com que aquela pessoa que
vive no seu bairro, que às vezes está querendo identificar o seu bairro, a
história vai dizer o que representa aquele bairro. Como ele começou? Serão
feitas pesquisas, serão feitos concursos para identificar aquele bairro. Por
exemplo, o meu Bairro, o bairro Teresópolis, qual será... Eu tenho muita
curiosidade em saber com a associação do bairro, e com a associação
empresarial: Teresópolis, o Bairro do fim da linha do bonde. Pode ser, ou outra
alternativa do passado, Ver. Pedro Américo Leal. Então, isso vai identificar o
bairro com a sua comunidade. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está
com a palavra para discutir o PLL nº 019/01.
O
SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Dib, Presidente desta Casa, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores,
senhoras e senhores, Ver. Cassiá Carpes, eu quero cumprimentá-lo, porque V.
Exa. apresenta um bom Projeto. Eu acho que realmente isso faz falta para a
nossa Cidade. E se não fosse essa mania dessa Administração petista de querer,
ela mesma, resolver todos os problemas, e as opiniões extraPT não terem valor
aqui nesta Casa, acho que o PT não teria colocado nenhuma dificuldade em
aprovar este Projeto de Lei.
Este Projeto é autorizativo e, de repente,
por ser autorizativo, faz cair por terra os argumentos utilizados pelo Ver.
Marcelo Danéris. Se ele é autorizativo, ele vai ser aprovado e, quando a
Administração achar necessário, vai poder utilizar a Lei que existe aqui nesta
Casa para fazer a demarcação dos bairros.
O Ver. Marcelo Danéris resolveu chamar à
baila o Projeto dos Limites dos Bairros, que é um Projeto que tramita aqui
nesta Casa há algum tempo. E o Ver. Marcelo Danéris, que é um Vereador
inteligente, um homem que realmente é dedicado às causas desta Cidade, sabe
muito bem que, para nós aprovarmos aquele Projeto dos limites dos Bairros aqui
nesta Casa, nós precisamos, antes, ter as audiências públicas nos diversos
bairros da Cidade, porque isso vai satisfazer o que manda a Lei Orgânica do Município,
senão, qualquer votação que for feita, modificando os limites nos bairros,
poderá ter a votação derrubada no Judiciário, porque diz a Lei Orgânica do
Município que, quando um Projeto vai ser votado aqui nesta Casa, e, em virtude
dele nós tivermos problema de impacto ambiental ou socioeconômico – inclusive
esse socioeconômico entrou depois, entrou no momento seguinte ao que nos
tínhamos delineado pela Lei Orgânica -, então, neste caso, nós precisamos fazer
audiências públicas. Ora, se nós vamos mexer nos limites dos bairros, é claro,
até pelas razões que o Ver. Marcelo Danéris trouxe aqui, de repente, um shopping que ficava numa região vai
ficar em outra região, ou, de repente, um equipamento que estava num bairro vai
ficar em outro bairro. Então, nós vamos ter problemas, realmente, de impacto.
Se vamos ter problemas de impacto, a Lei Orgânica obriga que se façam as
audiências públicas. Está lá na Lei Orgânica do Município. Fomos nós...
(Aparte anti-regimental.)
Não, mas não precisam ser duas, têm de
ser várias; têm de ser em todas as regiões da Cidade, onde nós vamos ter o
problema desse impacto socioeconômico; em todas as regiões. Eu tenho, por
exemplo, conhecimento de Cristal e Camaquã, que vão ter seus limites mexidos,
pelo menos de acordo com o Projeto que é enviado aqui para esta Casa. Aqueles
limites vão ser alterados. O bairro Cristal vai ficar maior e o bairro Camaquã
vai ficar menor. O pessoal do bairro Camaquã está bravo, não quer diminuir o
seu bairro. E aí, como é que vai fazer? Ora, precisaria se fazer uma audiência
pública naquela região para que a população daquelas regiões pudesse participar
e para que eles mesmos pudessem resolver. E aí o Projeto vem aqui para esta
Casa com a opinião daquelas pessoas que vão, realmente, sofrer o problema do
impacto, não é? Nós não podemos fazer aqui diferente da forma que está sendo
proposta, pelo menos até agora, de simplesmente colocarmos aqui o Projeto e,
sem a audiência dessas comunidades, nós simplesmente votarmos aqui o Projeto à
revelia do que pensam aquelas pessoas.
Então, o Projeto do Ver. Cassiá Carpes,
até porque é um projeto autorizativo, pode tranqüilamente ser aprovado, e nós
aqui podemos dar ao Executivo uma arma, para que, no momento em que ele quiser,
em que ele estiver disposto, depois que nós tivermos, é claro, mexido nos
limites dos bairros, colocar lá as indicações de onde começam e onde terminam
os bairros na Cidade. Acho que isso realmente é importante; acho que não é
despiciendo. Acho que nós poderíamos, tranqüilamente, votar aqui e aprovar por
unanimidade. É claro que, depois, ficar aguardando a sua execução, mexer nos
limites dos bairros, mas nada realmente impede que nós possamos aqui votar o
Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato
Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 019/01.
O
SR. CASSIÁ CARPES (Requerimento): Sr. Presidente, eu
peço adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLL nº 019/01.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o Requerimento
s/nº, de autoria do Ver. Cassiá Carpes, para que seja adiada, por uma Sessão, a
discussão do PLL nº 019/01. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2495/03 -
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 115/03, de autoria do
Ver. Nereu D’Avila, que dispõe sobre a oficialização da Feira de Artesanato do
Brique de Sábado da Avenida José Bonifácio.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em
30-06-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
115/03, de autoria do Ver. Nereu D’Avila. (Pausa.)
Em votação o Requerimento s/nº, de
autoria do Ver. Nereu D’Avila, solicitando adiamento, por uma Sessão, da
discussão do PLL nº 115/03. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO
por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1271/03 –
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N.º 003/03, que
reabre o prazo para regularização das construções clandestinas da Vila
Farrapos, fixado no art. 2º da Lei Complementar 469, de 17 de dezembro de 2001.
Pareceres:
- da
CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol:
pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Darci Campani: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relatora
Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator
Ver. Cassiá Carpes: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos
membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 06-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLCE
nº 003/03. (Pausa.)
O
SR. MARCELO DANÉRIS (Requerimento): Sr. Presidente,
requeiro o adiamento da discussão, por uma Sessão, do PLCE nº 003/03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em votação o
Requerimento de autoria do Ver.
Marcelo Danéris, solicitando adiamento da discussão do PLCE nº 003/03, por uma
Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2052/01 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 118/01, de autoria do
Ver. Antonio Augusto Bernd, que dispõe sobre a publicidade dos itinerários das
linhas transversais e circulares da Companhia Carris Porto-Alegrense.
(desarquivado pelo Ver. Wilton Araújo)
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do Projeto;
- da
CEFOR. Relator Ver. Carlos Alberto
Garcia: pela rejeição do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. José Fortunati: pela rejeição
do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator
Ver. Cássia Carpes: pela rejeição do Projeto.
Observação:
-
incluído na Ordem do Dia em 14-05-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
118/01. (Pausa.) Na ausência momentânea do Ver. Wilton Araújo, o Ver. Pedro
Américo Leal, líder da oposição, requer o adiamento da discussão do PLL nº
118/01 por uma Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO por
unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 1082/03 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 014/03, que altera o art. 12
da Lei n.º 9.056, de 27 de dezembro de 2002, que cria a Secretaria Municipal de
Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Conselho Municipal de Justiça e
Segurança, extingue cargos em comissão constantes das Leis n.os 6.203
e 6.310, de 1988, respectivamente, os Planos de Carreiras do DMAE e DEMHAB,
cria Cargos em Comissão e Funções Gratificadas na Administração Centralizada e
dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relatora Ver.ª Maristela Maffei: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- incluído na Ordem do Dia em 25-06-03;
- discutiram a
matéria, em 30-06-03, os Vereadores S.Melo, Dr. Goulart, J.Pinheiro e R.Pujol;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº
014/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2571/02 -
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 013/02, de
autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que
altera dispositivos da Lei Complementar n.º 434, de 1.º de dezembro de 1999, e
alterações posteriores (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de
Porto Alegre).
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Carlos Alberto Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH. Relator
Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto
favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82, § 1.º, I, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 19-05-03;
- adiada a discussão por uma Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLCL
nº 013/02, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol. (Pausa.) Adiada a discussão por
uma Sessão. O Ver. Reginaldo Pujol está chegando, não sei se mantém o
Requerimento de adiamento por uma Sessão.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Na reunião da Comissão de Análise da
Avaliação do Plano Diretor, ficou concertado que seria oficiado a V. Exa.
solicitação que todos os projetos em andamento na Casa que dissessem respeito à
alteração do Plano Diretor sejam submetidos a uma reavaliação por parte da
Comissão Especial. Por isso eu julgava que este nosso Projeto já estivesse até
fora da Ordem do Dia. De qualquer maneira, eu concordo com o pedido de
adiamento.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Ver. Reginaldo Pujol,
realmente, a Diretoria Legislativa hoje pela manhã, disse-me que o
Vereador-Presidente da Comissão do Plano Diretor faria um ofício solicitando a
retirada da Ordem do Dia de todas as matérias referentes ao Plano Diretor e que
essas fossem encaminhadas à Comissão para análise. Eu acho correta a colocação,
e a Mesa defere esperando apenas que o Ver. Isaac Ainhorn faça o requerimento
definitivo.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, acaba de entrar o filho
recém-nascido do Ver. Dr. Goulart.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Eu já registrei que
será um futuro Vereador.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Será um futuro Vereador da Cidade.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A matéria acertada
pelas Lideranças já foi toda votada. Há duas denominações de ruas, se o
Plenário concordar, eu coloco em discussão e votação.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC. 2598/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 123/03, de autoria do
Ver. Reginaldo Pujol, que denomina
Rua Helio Felix Frey um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro
Espírito Santo.
Pareceres:
- da
CCJ. Relatora Ver.ª Margarete
Moraes: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Haroldo de Souza: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 06-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
123/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2773/03 –
PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 135/03, de autoria da
Ver.ª Maria Celeste, que denomina Rua Oliveiro Cruz um logradouro
não-cadastrado, localizado no Bairro Rubem Berta.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB. Relator
Ver. Valdir Caetano: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator
Ver. Pedro Américo Leal: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLL nº
135/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
(discussão:
todos os Vereadores/05minutos/com aparte
encaminhamento:
bancadas/05 minutos/sem aparte)
PROC. 2900/03 –
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 022/03, que revoga a
declaração de utilidade pública da União Gaúcha dos Criadores de Rã, estatuída
pela Lei n.º 5.928, de 08 de julho de 1987.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Nereu D’Avila: pela aprovação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Aldacir Oliboni: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM. Relator
Ver. Renato Guimarães: pela aprovação do Projeto.
Observação:
- incluído na Ordem do Dia em 13-10-03.
O
SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Em discussão o PLE nº
022/03. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Até este momento, o
Plenário registrava 30 Vereadores. Há duas representações externas, apenas uma
ausência. Mas eu vejo que os Vereadores estão se retirando, já que a matéria da
Ordem do Dia foi toda vencida. Visualmente, verifico que não há quórum para
continuar. Portanto, encerro a presente Sessão, lembrando aos Vereadores e à
comunidade em geral que ainda podem ser apresentadas emendas ao Orçamento do
ano de 2004 até o dia 20; a comunidade, por meio de trezentos eleitores ou de
três entidades representativas da sociedade.
Estão encerrados os trabalhos da presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 18h08min.)
*
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